terça-feira, 10 de julho de 2007

Mídia Golpista?


Agora, muitos deram para ridicularizar a expressão “mídia golpista”. Mas esquecem que esta se trata de apenas uma figura de linguagem. E que, se tem ficado tão conhecida, é porque ela tem cumprido a sua função. Linguística. Não se trata de um conceito científico (embora poderia, sim, se transformar em objeto de análise científica), mas de uma expressão que vem se tornando muito popular.
De qualquer forma, alguns dados científicos recentes têm vindo reforçar a consistência da expressão mídia golpista. Na última pesquisa do Ibope sobre a popularidade de Lula, há a pergunta se as pessoas vêem o noticiário mais negativo ou positivo sobre o presidente. A resposta é, claro: negativo. Ao mesmo tempo, as pessoas estão mais positivas em relação ao país e ao governo. Ou seja, a mídia está se distanciando cada vez mais da opinião pública, embora ela ainda se pretenda sua portadora.

Na verdade, as pessoas pensam que, quando se acusa a mídia de golpista, está-se apenas censurando sua posição partidário-política. Não é isso. No mundo todo, jornais têm opinião e se alinham com esta ou aquela força política. O que vem acontecendo no Brasil (e creio que também deve acontecer em outros lugares, existem golpistas em toda parte) é que a mídia vem agredindo o próprio conceito de jornalismo, e exercendo uma função de elemento de forte instabilidade política. Que a mídia é anti-Lula e anti-PT a gente está careca de saber. O que realmente nos revolta é que ela vem rasgando qualquer ética jornalística na tentativa de causar prejuízo político a seus adversário. E com isso desinforma. Desestabiliza. Prejudica a democracia, a economia, a política. E, sobretudo, prejudica o próprio respeito que muita gente nutria pela imprensa. O Brasil precisa da imprensa, por isso é triste vê-la se auto-imolar nessa histeria irracional anti-petista. Como se o mundo do PSDB fosse muito melhor…

São milhares de exemplos. Todos os dias, os exemplos estão lá. Vou dar apenas um. Por ocasião da greve dos alunos da USP, alguns setores da mídia, o setor dominante, mais reacionário, posicionou-se de forma particularmente violenta contra os alunos e a favor do governo estadual, presidido por José Serra, do PSDB. Vejam só, alinhou-se contra jovens civis, estudantes, professores e funcionários, exercendo plenamente sua cidadania. No caso dos operadores de vôo que vem realizando motins sistemáticos contra a aviação aérea brasileira, não vi nenhum editorial violento contra os mesmos. Mesmo se tratando de militares. Não. Houve uma nítida tentativa de estabelecer o governo federal como único responsável. As companhias aéreas não têm culpa. Os operadores não têm culpa.

A tese sobre a mídia golpista não é um delírio. Observamos, todos os dias, na montagem das editoriais, nas fotos, nas manchetes, na linha das matérias, no curso das investigações jornalísticas, uma tentativa de manipular a consciência do cidadão no sentido que o jornal quer. Mais que isso. Observamos que o próprio jornalismo é violentado, com meias-verdades assumindo o lugar de verdades inteiras.

Temos vários exemplos disso. Aliás, eu queria muito que os jornais fossem atrás daquele caseiro, o Francenildo, para tentar provar se o dinheiro que ele recebeu era mesmo de seu padrasto…
Escrito por Miguel do Rosário. oleododiabo.blogspot.com/





Decálogo para falar mal de Hugo Chávez

Lembrete pendurado na frente de jornalistas da mídia oligárquica:

1. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele recupera o papel do Estado, desqualificado e enterrado por nós há tempos.

2. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele se diz anti-imperialista e esse é um tema proibido na mídia há tempos.

3. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele funda um novo partido, quando martelamos todos os dias que todos os partidos são iguais, que são negativos, que sempre refletem interesses de grupinhos.

4. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele recupera o papel da política, quando todo o trabalho cotidiano da mídia é para dizer que a política é irrecuperável, que só a economia vale a pena.

5. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele vende petróleo subsidiado aos países que não podem pagar o preço do mercado - inclusive a pobres dos Estados Unidos -, o que evidentemente fere as leis do mercado, pelo qual tanto zela a midia.

6. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele é um mau exemplo para os militares, que só devem intervir na política quando seja necessário um golpe militar e nunca para defender os interesses de cada nação.

7. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele ataca a mídia privada e fortalece a mídia pública. Porque ele acabou com o analfabetismo na Venezuela, tema sobre oqual devemos calar. Porque ele vai diminuir a jornada de trabalho em 2010 para 6 horas e esse tema é odiado pelos patrões.

8. Devo falar mal de Hugo Chávez porque assim me identifico com os interesses do dono do meio em que trabalho, garanto o emprego, fortaleço os partidos e as empresas aliadas do patrão.

9. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele faz com que se volte a falar do socialismo, depois que nos deu muito trabalho tratar de enterrar esse sistema, inimigo do capitalismo, a que estamos profundamente integrados.

10. Devo falar mal de Hugo Chávez (e de Evo Morales e de Lula e de todos os nao brancos), senão eles vão querer dirigir os países, os jornais, as televisões, as empresas, o mundo. Será o nosso fim. (Emir Sader) http://www.agenciacartamaior.com.br/

sábado, 7 de julho de 2007

Marcha dos estudantes em Brasília


Cerca de 8 mil estudantes com bandeiras, faixas e rostos pintados participaram de uma passeata ontem em Brasília, na Esplanada dos Ministérios. A manifestação terminou com ato político em frente ao Banco Central. Os estudantes participam do 50º Congresso da UNE - União Nacional dos Estudantes, que termina amanhã. Reivindicam mudanças na política econômica do Governo com uma agenda voltada para os interesses nacionais, com desenvolvimento, distribuição de renda e geração de empregos. Reivindicam também a abertura dos arquivos do período da ditadura militar.

Para o presidente da UNE, Gustavo Petta, as transformações que vão colocar o país nos rumos do desenvolvimento passam necessariamente por mudanças na política econômica e pela saída do ministro Henrique Meirelles. Para Gustavo Petta, “o Meirelles representa a área mais ortodoxa da economia e descomprometida com os investimentos sociais. Sua permanência significa a manutenção das altas taxas de juros, o superávit primário e a conservação das benesses aos banqueiros e patrões do capital".
Ao longo do trajeto, coreografias e a irreverência característica do movimento estudantil, marcaram a passeata.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Manchete deturpa resultado de pesquisa falando em Brasil "dividido"

Recolho, na internet, um exemplo de como não escrever um texto jornalístico.
Serve também para demonstrar como pesquisas de opinião podem ser distorcidas e usadas seletivamente, de acordo com o gosto do freguês.

Segundo o Estadão:

"Ibope: Vavá e crise aérea impedem melhor avaliação de Lula

39% consideram notícias mais desfavoráveis ao governo, ante 20% em abril

BRASÍLIA - O impacto de notícias negativas, como as denúncias contra o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a crise aérea, segurou em patamares estáveis a avaliação positiva do governo Lula, mostrou nesta sexta-feira, 6, pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com o levantamento, 39% dos entrevistados consideraram as notícias mais desfavoráveis ao governo, ante 20% em abril. Caiu de 23% para 19% a percepção de que o noticiário é mais favorável em relação ao governo. Os que consideraram as notícias neutras passaram de 40% para 29%. De acordo com a pesquisa, a principal notícia sobre o governo foi a denúncia envolvendo o irmão do presidente Lula, Genival Inácio da Silva, o Vavá, com 31% das indicações.

"O título é falso.
Não foi o que a pesquisa apurou.

A pesquisa apurou que as pessoas acham que o noticiário foi mais desfavorável ao governo nas últimas semanas.

Isso não significa que elas concordem com o noticiário.

Está claro que não mudaram de opinião por causa do noticiário.

O fato é que, apesar do noticiário desfavorável, a aprovação do governo Lula manteve-se estável.

A avaliação do governo como "ótimo/bom" aumentou de 49% para 50%.

Deram um jeito de noticiar isso com uma negação, ou seja, "poderia ser melhor".

No total, 83% consideram o governo regular, bom ou ótimo.

E a aprovação pessoal de Lula manteve-se estável, em 66%.

Eu imagino a frustração que sentem os barões da mídia brasileira.


Publicado em 6 de junho de 2007

E olhem só como o G1 noticiou a mesma pesquisa:

"DivididoPesquisa: metade dos brasileiros aprova governo Lula

Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (6) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) detectou que metade dos entrevistados considera o governo Lula "ótimo" ou "bom".

Apesar disso, a taxa segue inferior à do levantamento de dezembro, antes de ter se iniciado o segundo mandato do presidente. Naquela ocasião, 57% consideravam o governo "ótimo" ou "bom". Agora, esse percentual, é de 50%.

A taxa de junho representa leve oscilação em relação à do levantamento de abril, quando a mesma pesquisa apontou avaliação positiva de 49%.

"Em dezembro, o governo atingiu o seu patamar mais elevado de menções 'bom' e 'ótimo'. Os resultados estavam inflados pela campanha eleitoral e pelo otimismo provocado pela reeleição", informou a CNI, que encomendou a pesquisa.


"Meu comentário:

Viram só como funciona o jogo de palavras?

Se o leitor comparar o resultado da pesquisa atual com a de dezembro do ano passado, de fato o índice de "ótimo e bom" do governo caiu de 57 para 50%.

Mas em relação à pesquisa mais recente, de abril, o índice de "ótimo e bom" aumentou 1%.

E o título?

Qual é o número que pode levar à conclusão de que o Brasil está dividido?

Se 50% por cento disseram que consideram o governo "ótimo e bom", 33% por cento dizeram que o consideram "regular".

Portanto, não há divisão, porque 83% dizem que o governo é "ótimo, bom ou regular".

Só haveria divisão se 50% tivessem dito que consideram o governo ruim ou péssimo.

É ou não é manipulação de informação?


Publicado em 6 de julho de 2007 (viomundo.globo.com/site )

Desligar a mídia golpista


“TV Globo perdeu neste ano quase 30% da audiência que tinha em 2006.
No mês de junho deste ano, a emissora marcou média de 18,5 pontos (cada ponto equivale a 54 mil domicílios, ou 176 mil pessoas, na Grande São Paulo), das 7h às 0h. No mesmo período e horário do ano passado a média foi de 25,7 pontos no Ibope. De acordo com o colunista da Folha, a Copa do Mundo transmitida exclusivamente pela Globo ajudou a alavancar os números no ano passado. Ainda assim, a emissora apresenta queda de 2,6 pontos se comparar os números do mês de junho de 2005. A emissora que já foi hegemônica, hoje tem 42% de participação do "bolo" da audiência. Isso quer dizer que a maioria das pessoas não assiste apenas a Globo.
(Fonte: desabafopais)

O futuro dos biocombustíveis

Na Conferência sobre Biocombustíveis, organizada pela Comissão Européia, em Bruxelas, na Bélgica, o presidente Lula garantiu aos países europeus que a produção de etanol e biocombustíveis será feita a partir de um programa de certificação, com a garantia de respeito ao meio ambiente, direitos trabalhistas e sociais. Ou seja, que não vamos nem produzir cana de açúcar na Amazônia, nem degradar terras e o meio ambiente no país ou desrespeitar direitos sociais e trabalhistas. Lula priorizou a necessidade de se organizar um mercado internacional de biocombustíveis, mas a realidade é que a Europa tem uma tarifa altíssima para o biocombustível, de até 55%. Para o petróleo, no entanto, ela é de 5%. Portanto, depois da certificação e da organização do mercado de etanol e biocombustíveis, teremos uma longa batalha para acessar os mercados europeus.
O presidente Lula lembrou, também, que ao contrário do petróleo, praticamente todos os países podem plantar oleaginosas e produzir biocombustível. Eu acrescento que o Brasil pode, deve e será a fonte de tecnologia, capitais e equipamentos para um programa mundial de produção de etanol e biocombustível, dentro de rígidas normas ambientais e trabalhistas, e com zoneamento agrícola, evitando-se assim o encarecimento ou a escassez de alimentos no mundo, pela perda de terras hoje produtoras de alimentos para as oleaginosas ou para a cana de açúcar.
Para nós não se trata apenas de ser um exportador de açúcar, etanol e biocombustível, mas sim um exportador de capitais, tecnologia,serviços e equipamentos. Isso é que conta. Esse é o nosso futuro. (fonte: Zé Dirceu )

quinta-feira, 5 de julho de 2007

50º Congresso da UNE

Jovens de todas as regiões chegam à capital federal com histórias diferentes na bagagem. Juntos eles vão discutir e decidir os rumos da maior entidade estudantil brasileira pelos próximos anos.

A programação consta de debates, seminários, grupos de discussão e atos públicos. Personalidades políticas, artistas e intelectuais vão participar das principais atividades do encontro, que será realizado na Universidade de Brasília, de 4 a 8 de julho.
As caravanas de estudantes, vindos de todos os estados brasileiros, começaram a chegar na madruga da terça-feira. São esperados cerca de 10 mil estudantes. (Veja mais informações no www.une.org.br)

terça-feira, 26 de junho de 2007

Banda larga em todas as escolas públicas

O ex-coordenador do NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos) e membro da comissão interministerial de inclusão digital, Oswaldo Oliva Neto, disse em entrevista ao Conversa Afiada nesta terça-feira, dia 26, que em cinco anos todas as escolas públicas devem ter internet banda larga.

“Hoje, mais de três mil municípios não têm acesso à internet e menos de 300 municípios possuem banda larga superior a dois megas”, disse Oliva Neto.

Para Oliva Neto, é preciso aumentar o acesso à banda larga no Brasil. “Há três, quatro anos atrás, se nós estivéssemos falando de 128 k, nós estaríamos satisfeitos. Hoje, dois megas já é insuficiente”, disse Oliva Neto.

domingo, 24 de junho de 2007

A imprensa anti-Lula

A revista Carta Capital que chega às bancas neste final de semana publica reportagem sobre uma pesquisa do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro) que mostra o comportamento da Folha, do Estadão, do Globo e do JB nas eleições presidenciais de 2006.
O blog do Paulo Henrique Amorim (conversa-afiada.ig.com.br) publica um gráfico (abaixo) e entrevista o cientista político do Iuperj e coordenador da pesquisa, Marcus Figueiredo onde ele diz que, em 2006, a maior parte da cobertura da mídia foi contra Lula porque ele “acabou dando certo como Presidente no campo econômico e social”. Segundo o professor Figueiredo, a cobertura da mídia em relação ao presidente Lula foi mais negativa em 2006 do que em 2002.

A pesquisa do professor Figueiredo mostra que o Globo e o Estadão são, numa mídia contra o Presidente Lula, os dois órgãos de imprensa mais anti-Lula. A pesquisa mostra que os editoriais e os colunistas são ainda mais anti-Lula do que o noticiário. O resultado desse sistemático anti-lulismo, segundo o professor Figueiredo, resultará na perda de credibilidade da grande mídia.

Veja o quadro abaixo (publicado na Carta Capital):




sábado, 23 de junho de 2007

Aos que vierem depois de nós




Aos que vierem depois de nós

Bertolt Brecht
(Tradução de Manuel Bandeira)


Realmente, vivemos muito sombrios!
A inocência é loucura. Uma fronte sem rugas
denota insensibilidade. Aquele que ri
ainda não recebeu a terrível notícia
que está para chegar.

Que tempos são estes, em que
é quase um delito
falar de coisas inocentes.
Pois implica silenciar tantos horrores!
Esse que cruza tranqüilamente a rua
não poderá jamais ser encontrado
pelos amigos que precisam de ajuda?

É certo: ganho o meu pão ainda,
Mas acreditai-me: é pura casualidade.
Nada do que faço justifica
que eu possa comer até fartar-me.
Por enquanto as coisas me correm bem
[(se a sorte me abandonar estou perdido).
E dizem-me: "Bebe, come! Alegra-te, pois tens o quê!"

Mas como posso comer e beber,
se ao faminto arrebato o que como,
se o copo de água falta ao sedento?
E todavia continuo comendo e bebendo.

Também gostaria de ser um sábio.
Os livros antigos nos falam da sabedoria:
é quedar-se afastado das lutas do mundo
e, sem temores,
deixar correr o breve tempo. Mas
evitar a violência,
retribuir o mal com o bem,
não satisfazer os desejos, antes esquecê-los
é o que chamam sabedoria.
E eu não posso fazê-lo. Realmente,
vivemos tempos sombrios.


Para as cidades vim em tempos de desordem,
quando reinava a fome.
Misturei-me aos homens em tempos turbulentos
e indignei-me com eles.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

Comi o meu pão em meio às batalhas.
Deitei-me para dormir entre os assassinos.
Do amor me ocupei descuidadamente
e não tive paciência com a Natureza.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

No meu tempo as ruas conduziam aos atoleiros.
A palavra traiu-me ante o verdugo.
Era muito pouco o que eu podia. Mas os governantes
Se sentiam, sem mim, mais seguros, — espero.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

As forças eram escassas. E a meta
achava-se muito distante.
Pude divisá-la claramente,
ainda quando parecia, para mim, inatingível.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

Vós, que surgireis da maré
em que perecemos,
lembrai-vos também,
quando falardes das nossas fraquezas,
lembrai-vos dos tempos sombrios
de que pudestes escapar.

Íamos, com efeito,
mudando mais freqüentemente de país
do que de sapatos,
através das lutas de classes,
desesperados,
quando havia só injustiça e nenhuma indignação.

E, contudo, sabemos
que também o ódio contra a baixeza
endurece a voz. Ah, os que quisemos
preparar terreno para a bondade
não pudemos ser bons.
Vós, porém, quando chegar o momento
em que o homem seja bom para o homem,
lembrai-vos de nós
com indulgência.


Bertolt Brecht nasceu em Augsburg, Alemanha, em 1898. Em 1917 inicia o curso de medicina em Munique, mas logo é convocado pelo exército, indo trabalhar como enfermeiro em um hospital militar. Aquele que iria se tornar uma das mais importantes figuras do teatro do século XX, começa a escrever seus primeiros poemas e cedo se rebela contra os "falsos padrões" da arte e da vida burguesa, corroídas pela Primeira Guerra. Tal atitude se reflete já na sua primeira peça, o drama expressionista "Baal", de 1918. Colabora com os diretores Max Reinhardt e Erwin Piscator. Recebe, no fim dos anos 20, instruções marxistas do filósofo Karl Korsch. Em 1928, faz com Kurt Weill a "Ópera dos Três Vinténs". Com a ascensão de Hitler, deixa o país em 1933, e exila-se em países como a Dinamarca e Estados Unidos da América, onde sobrevive à custa de trabalhos para Hollywood. Faz da crítica ao nazismo e à guerra tema de obras como "Mãe coragem e seus filhos" (1939). Vítima da patrulha macartista, parte em 1947 para a Suíça — onde redige o "Pequeno Organon", suma de sua teoria teatral. Volta à Alemanha em 1948, onde funda, no ano seguinte, a companhia Berliner Ensemble. Morre em Berlim, em 1956.


O poema acima foi extraído do caderno "Mais!", jornal Folha de São Paulo - São Paulo (SP), edição de 07/07/2002, tendo sido traduzido pelo grande poeta brasileiro Manuel Bandeira. (http://www.releituras.com/)