quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Venezuela: A hora de cada um

Quem conhece a Venezuela, sabe ser impossível que a desarticulada oposição reúna manifestações maiores que as do governo. Os morros que circundam Caracas, por exemplo, são quase que cem por cento chavistas. Eles abrigam uns 80% da população caraquenha. Quem tiver alguma dúvida, pergunte a quem mora na capital Venezuelana - e que diga a verdade, claro, porque, se perguntar a um anti-Chavista hidrófobo, ele dirá que 110% dos caraquenhos são contrários a Chávez.

A manipulação da mídia em torno da situação política na Venezuela já se tornou caso de polícia. Como é que pode, num país supostamente democrático, os meios de comunicação mentirem tanto?

Quem se informa por veículos como Globo, Folha etc, está sendo lesado. Estão vendendo a essas pessoas a idéia de que a sociedade venezuelana vive sob uma ditadura. Reproduzem as manifestações minguadas da oposição inflando-as através da manipulação de fatos e fotos.

O Luiz Carlos Azenha ( viomundo.globo.com ) vem produzindo matérias fantásticas sobre a Venezuela; vejam, abaixo, as fotos das manifestações pró e contra Chávez que ele publicou em seu site

Pró-Chávez

Contra Chávez

A pior mentira, é a seguinte: falam que a Venezuela é "ditadura", mas o que querem, os manifestantes da oposição, é impedir que o povo venezuelano vote se aceita ou não a nova constituição. Falam de democracia, mas querem impedir que ela funcione. O argumento? O de sempre, claro: "o povo não sabe votar".

Outra grave mentira da mídia, é a seguinte: estão dizendo que Chávez mandou disparar contra os manifestantes da oposição. Fizeram a mesma coisa em 2002, pouco antes do golpe de Estado que tirou o presidente do poder por dois dias.

Em 2002, as tevês brasileiras fartaram-se de reproduzir um vídeo em que militantes chavistas disparavam por cima de uma mureta. Como houve mortos no enfrentamento entre governo e oposição, as hostes oposicionistas marcharam para o Palácio presidencial de Miraflores acusando Chávez de ter mandado franco-atiradores matarem opositores nas ruas.

Quem viu o documentário "The Revolution will not be televised" (A Revolução não será televisionada), viu que o chavista que aparecia atirando estava reagindo contra tiros vindos não se sabe de onde. Quando a câmera mira na direção em que os chavistas atiravam, vê-se que não havia gente naquela direção, porque quem atirava nos chavistas estava escondido.

É impressionante como agora tentam fazer a mesma coisa. Usam uma fórmula que já não funcionou. Só que essa fórmula de acusar Chávez de mandar seus partidários atirarem contra o povo, foi o que provocou a tentativa de golpe de Estado de 2002. Para mim, sonham criar clima para outro golpe que possa dar certo...

sábado, 10 de novembro de 2007

Petrobras é a 5ª entre maiores empresas do continente



A forte alta registrada pelas ações da Petrobras na quinta-feira (8), após o anúncio da descoberta de uma gigantesca reserva de petróleo e gás, elevou a companhia à condição de quinta maior em valor de mercado entre as empresas de capital aberto de toda a América e à primeira da América Latina.


Segundo cálculos divulgados nesta sexta-feira (9) pela empresa de consultoria Economática, o valor de mercado da Petrobras no fechamento da quinta (8) chegou a US$ 221,9 bilhões, fazendo com que a empresa saltasse do nono para o quinto lugar entre as empresas mais valiosas da América.

A estrela de Estela cresce


Revista Época


As rugas de Dilma Rousseff são aquele algo a mais que transmite credibilidade. Mesmo aquelas verticais, entre as sobrancelhas, franzidas quando a ministra anunciou o novo megacampo de petróleo. Em vez de Botox, muita expressão. Em vez de retórica inflamada, um discurso técnico, com o carisma de quem conhece o tema e a causa. Foi Dilma, com seu tailleur lilás, o penteado sóbrio de sempre, os óculos sem aro e um par de brincos discretos, a escolhida pelo presidente Lula para dar as boas-novas. Não foi o ministro de Minas e Energia. Nem o presidente da Petrobras. É só ver e ouvir Dilma na televisão para entender o acerto da escolha de Lula.


A esta altura, não importa por que a ministra-chefe da Casa Civil está sendo empurrada pelo presidente para os holofotes. A explicação mais óbvia é que Lula deseja lançá-la como sua candidata à sucessão. Seria Lula o arauto do Tupi. Mas o presidente ergueu ao palco seu soldado mais eficiente. Aquele com quem mais tempo passa diariamente, entre os 37 ministros. O que trabalha 13 horas por dia. E o que fala melhor.


Dilma estudou em colégio de freiras, o Sion, e diz que se tornou “subversiva” na escola pública. Aos 19 anos, virou guerrilheira em grupos clandestinos de esquerda. Era magrinha, alta, usava jeans e camiseta branca. Um estilo meio Heloísa Helena. Rosto bonito, por trás dos óculos de lentes grossas. Dilma foi expulsa da faculdade de Economia por sua atuação política, e caiu na clandestinidade. Seu codinome mais famoso era Estela. Foi presa em janeiro de 1970, e torturada durante 22 dias com choques elétricos. Após três anos de prisão, mudou-se para Porto Alegre. Casou e teve uma filha. Entrou no PDT. Foi secretária de Energia em governo petista. Hoje, na casa oficial do Lago Sul, em Brasília, vive só com um labrador preto, o Nego. Suas paixões são ópera, tragédias gregas e cultura oriental.


É chamada de durona, mandona, chata. Obsessiva com horários e cumprimento de tarefas. No Orkut, uma comunidade a odeia, e outra a quer na Presidência. “Dilma entende pra caramba de petróleo e energia. Foi escolhida para anunciar as novas reservas porque só ela daria a densidade exata ao que está em jogo, a criação de um novo modelo de licitação, uma nova matriz”, diz um assessor do presidente Lula. “É como se a Petrobras tivesse descoberto um parque de Ferraris embaixo de um parque de Fuscas.” Era preciso um tom sem ufanismo. A fala deveria transmitir prudência, convicção e confiança. Quem melhor do que a Dilma? Com suas rugas de expressão preservadas, uma mulher competente sem rosto de plástico. Apenas o colar com pingente de borboleta traía seu costumeiro e clássico fio de pérolas.


Para a estrela de Estela continuar subindo, Dilma precisa driblar uma armadilha. Ela é gerente-geral do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Dilma e o PAC são as atuais meninas-dos-olhos de Lula. Mas, dos R$ 15,2 bilhões previstos em obras neste ano, menos de um terço foi liberado e executado. A burocracia está segurando muito dinheiro na Caixa. O PAC, por enquanto, não passa de um paquiderme.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Terceiro mandato de Lula seria contraditório com seu projeto

Mino Carta escreve:

Alguns companheiros de navegação gostariam que me manifestasse a respeito de iniciativas tomadas por petistas variados a favor do terceiro mandato do presidente Lula. Digo, de saída, que o Lula da minha memória, remota e recentíssima, não cogita de mais um mandato. No meu entendimento atual, Lula pretende passar à história como grande mediador entre minoria e maioria, entre ricos e pobres, entre norte e sul, em benefício da consolidação da nossa incipiente democracia. Não entro no mérito deste que seria seu projeto, mas é assim que encaro a presente atuação do presidente. Como sabemos, a conciliação, no Brasil, sempre foi a das elites. A tradição não muda pelos caminhos da moderação, e sim por meio da pressão popular, que por ora falta. De todo modo, a busca do terceiro mandato seria contraditória demais em relação ao plano. E vou contar um episódio recente. Na festa de CartaCapital, segunda 29 passada, como de hábito me coube dar as boas-vindas aos convidados. Lula voara para Zurique e se fazia representar pelo presidente em exercício, Arlindo Chinaglia, secundado pelo ministro Franklin Martins. Ao alcance do microfone, da tribuna permito-me falar da revista, da pesquisa da InterScience destinada a premiar as empresas mais admiradas no Brasil, com leves toques sobre a situação política. Ao encerrar a fala, disse da minha convicção de que Lula fará seu sucessor em 2010, pedi aos deuses gregos que o iluminassem na hora de escolher seu candidato e, enfim, sem decliná-lo, afirmei ter um nome em mente. Quando voltei ao meu lugar, ao lado de Chinaglia, ele sussurrou: “Não seria o nome de uma senhora?” Anuí, embora sem pronunciá-lo: Dilma Roussef.
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quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Os 62% e Tropa de Elite

Se a pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas estiver correta, 62% dos usuários de drogas pertencem à classe A - renda familiar superior a 25 salários mínimos/mês (9,5 mil reais) - e 85% são de cor branca.

Intitulado "Estado da Juventude, Drogas, Prisões e Acidentes", a pesquisa foi feita com base em um estudo do IBGE, de 2003, e revelou ainda que o consumo de drogas atinge principalmente os jovens: 50,7% dos consumidores declarados de drogas no Brasil têm idade entre 20 e 29 anos.

Se assim for, Padilha está correto. O filme por ele dirigido, Tropa de Elite, foca a questão da violência sob o ângulo policial e levanta a parcela de culpa do usuário de drogas, no complexo mundo do tráfico. No filme, quem aparece como os grandes usuários são as classes média e alta do Rio de Janeiro.

Padilha fez um golaço: levantou a polêmica, ampliou o debate e fez as classes média e alta saírem mais preocupadas do cinema. A pesquisa da FGV só veio reforçar a visão do filme. Os usuários, em sua maioria, são ricos, brancos e jovens. Uma boa parte está na universidade: 30 por cento dos consumidores.
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ONU aprova resolução contra bloqueio de Cuba

A Assembléia Geral da ONU aprovou, ontem, quase por unanimidade, uma resolução...
A Assembléia Geral da ONU aprovou, ontem, quase por unanimidade, uma resolução que condena o bloqueio econômico dos Estados Unidos contra Cuba que já dura 45 anos. A resolução, intitulada “Necessidade de por fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos contra Cuba”, foi aprovada por 184 votos a favor e quatro contra (dos EUA, Israel, Ilhas Mar-shall e Palau, na Oceania). A Micronésia se absteve.

Esta é a décima sexta vez consecutiva que a Assembléia Geral da ONU condena o criminoso bloqueio dos Estados Unidos a Cuba e foi a maior votação contra o bloqueio desde 1992. www.zedirceu.com.br

terça-feira, 30 de outubro de 2007

O rolo do Rolex

Por Zeca Baleiro

No início do mês, o apresentador Luciano Huck escreveu um texto sobre o roubo de seu Rolex. O artigo gerou uma avalanche de cartas ao jornal (Folha de S.Paulo), entre as quais uma escrita por mim. Não me considero um polemista, pelo menos não no sentido espetaculoso da palavra. Temo, por ser público, parecer alguém em busca de autopromoção, algo que abomino. Por outro lado, não arredo pé de uma boa discussão, o que sempre me parece salutar. Por isso resolvi aceitar o convite a expor minha opinião, já distorcida desde então.

Reconheço que minha carta, curta, grossa e escrita num instante emocionado, num impulso, não é um primor de clareza e sabia que corria o risco de interpretações toscas. Mas há momentos em que me parece necessário botar a boca no trombone, nem que seja para não poluir o fígado com rancores inúteis. Como uma provocação.

Foi o que fiz. Foi o que fez Huck, revoltado ao ver lesado seu patrimônio, sentimento, aliás, legítimo. Eu também reclamaria caso roubassem algo comprado com o suor do rosto. Reclamaria na mesa de bar, em família, na roda de amigos. Nunca num jornal. Esse argumento, apesar de prosaico, é pra mim o xis da questão. Por que um cidadão vem a público mostrar sua revolta com a situação do país, alardeando senso de justiça social, só quando é roubado? Lançando mão de privilégio dado a personalidades, utiliza um espaço de debates políticos e adultos para reclamações pessoais (sim, não fez mais que isso), escorado em argumentos quase infantis, como "sou cidadão, pago meus impostos". Dias depois, Ferréz, um porta-voz da periferia, escreveu texto no mesmo espaço, "romanceando" o ocorrido. Foi acusado de glamourizar o roubo e de fazer apologia do crime.

Antes que me acusem de ressentido ou revanchista, friso que lamento a violência sofrida por Huck. Não tenho nada pessoalmente contra ele, de quem não sei muito. Considero-o um bom profissional, alguém dotado de certa sensibilidade para lidar com o grande público, o que por si só me parece admirável. À distância, sei de sua rápida ascensão na TV. É, portanto, o que os mitificadores gostam de chamar de "vencedor". Alguém que conquista seu espaço à custa de trabalho me parece digno de admiração.

E-mails de leitores que chegaram até mim (os mais brandos me chamavam de "marxista babaca" e "comunista de museu") revelam uma confusão terrível de conceitos (e preconceitos) e idéias mal formuladas (há raras exceções) e me fizeram reafirmar minha triste tese de botequim de que o pensamento do nosso tempo está embotado, e as pessoas, desarticuladas.

Vi dois pobres estereótipos serem fortemente reiterados. Os que espinafraram Huck eram "comunistas", "petistas", "fascistas". Os que o apoiavam eram "burgueses", "elite", palavra que desafortunadamente usei em minha carta. Elite é palavra perigosa e, de tão levianamente usada, esquecemos seu real sentido. Recorro ao "Houaiss": "Elite - 1. o que há de mais valorizado e de melhor qualidade, especialmente em um grupo social [este sentido não se aplica à grande maioria dos ricos brasileiros]; 2. minoria que detém o prestígio e o domínio sobre o grupo social [este, sim]".

A surpreendente repercussão do fato revela que a disparidade social é um calo no pé de nossa sociedade, para o qual não parece haver remédio -desfilaram intolerância e ódio à flor da pele, a destacar o espantoso texto de Reinaldo Azevedo, colunista da revista Veja, notório reduto da ultradireita caricata, mas nem por isso menos perigosa. Amparado em uma hipócrita "consciência democrática", propõe vetar o direito à expressão (represália a Ferréz), uma das maiores conquistas do nosso ralo processo democrático.Não cabendo em si, dispara esta pérola: "Sem ela [a propriedade privada], estaríamos de tacape na mão, puxando as moças pelos cabelos". Confesso que me peguei a imaginar esse sr. de tacape em mãos, lutando por seu lugar à sombra sem o escudo de uma revista fascistóide. Os idiotas devem ter direito à expressão, sim, sr. Reinaldo. Seu texto é prova disso.

Igual direito de expressão foi dado a Huck e Ferréz. Do imbróglio, sobram-me duas parcas conclusões. A exclusão social não justifica a delinqüência ou o pendor ao crime, mas ninguém poderá negar que alguém sem direito à escola, que cresce num cenário de miséria e abandono, está mais vulnerável aos apelos da vida bandida.Por seu turno, pessoas públicas não são blindadas (seus carros podem ser) e estão sujeitas a roubos, violências ou à desaprovação de leitores, especialmente se cometem textos fúteis sobre questões tão críticas como essa ora em debate.

Por fim, devo dizer que sempre pensei a existência como algo muito mais complexo do que um mero embate entre ricos e pobres, esquerda e direita, conservadores e progressistas, excluídos e privilegiados. O tosco debate em torno do desabafo nervoso de Huck pôs novas pulgas na minha orelha. Ao que parece, desde as priscas eras, o problema do mundo é mesmo um só - uma luta de classes cruel e sem fim.

Texto na Folha de S.Paulo de hoje, seção Tendências/Debates
JOSÉ DE RIBAMAR COELHO SANTOS, 41, o Zeca Baleiro, é cantor e compositor maranhense. Tem sete discos lançados, entre eles, "Pet Shop Mundo Cão".

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Quem não quer a CPMF

. Quem não quer a CPMF já quis: os tucanos inventaram a CPMF.

. Quem não quer a CPMF são aqueles que querem fazer o “desmanche” do Estado (*) e de suas políticas sociais.

. Quem não quer a CPMF é quem não aceita que a saúde do brasileiro melhorou – por causa do dinheiro da CPMF.

. Quem não quer a CPMF não se conforma com a última Pesquisa de Amostra Domiciliar, PNAD, do IBGE, que mostrou que a renda da metade inferior da pirâmide de renda cresce mais que a metade superior.

. Quem não quer a CPMF é quem não se conforma com a idéia de que, segundo a PNAD, a desigualdade de renda – o índice de Gini – melhorou.

. Quem não quer a CPMF é quem acha que o mercado é mais eficiente para dar hospital e escola.

. Quem não quer a CPMF quer o “Caixa Dois”, porque a CPMF é o melhor imposto para “flagrar” o “Caixa Dois”.

. Quem não quer a CPMF quer matar o Governo Lula de fome e impedir que ele faça o sucessor.

. Quem não quer a CPMF não quer que o PAC vá para a frente, porque, para manter os investimentos sociais, sem a CPMF, será preciso cancelar obras do PAC.

. Quem não quer a CPMF quer “starve the beast” – “fazer a besta morrer de fome” (*2)–, o grito de guerra dos neoliberais: tirar recursos do Estado até ele morrer de inanição.

. Quem não quer a CPMF é o pessoal que quer ficar rico com “other people’s money” – o dinheiro dos outros –, a forma clássica de a elite branca (e separatista, no caso de São Paulo) brasileira “administrar” o Estado.

. Quem não quer a CPMF quer que as favelas do Rio desapareçam do mapa, jogadas no Rio da Guarda, e não aceitam que, sob inspiração de Leonel Brizola, as favelas se transformem em bairros – sem violência, sem tráfico, e com serviços sociais.

. Quem não quer a CPMF gostaria de nomear o Coronel Ustra diretor-geral da Polícia Federal, para só prender “preto, pobre e p...”

. Quem não quer a CPMF toma café da manhã na pracinha e lê a revista Veja, todo domingo.

(*) Sobre o “desmanche” do Estado, recomendo a leitura de “O Ex-Leviatã Brasileiro”, de Wanderley Guilherme dos Santos, Editora Civilização Brasileira, 2006: “Em nome de sua modernização e de melhor desempenho na economia globalizada, o poder executivo teve 30% de seus quadros eliminados em sete anos (de 1995 a 2002), talvez a maior leva de demissões da história da administração pública em nação sem passado socialista.”

(*2) Sobre a Teologia do Neoliberalismo, aqui imposta pelo Governo do Farol de Alexandria, à semelhança de Salinas no México; Fujimori no Peru; e Menem na Argentina, recomendo a leitura de “A Brief History of Neoliberalism”, de David Harvey, Oxford University Press, 2005. Harvey lembra que a Teologia do Neoliberalismo começou no Chile de Pinochet dos “Chicago Boys”, e depois se “globalizou” com a aliança Thatcher-Reagan. Harvey demonstra que a Teologia Neoliberal nasceu como resposta ao aumento da renda da metade inferior da pirâmide de renda, com as políticas sociais do Pós Guerra. Portanto, o santo padroeiro de quem não quer a CPMF é Augusto Pinochet.

Paulo Henrique Amorim conversa-afiada.ig.com.br

Martinho da Vila fala sobre Lula. E fala bonito

O senhor do samba Martinho da Vila, aqui na Revista Caros Amigos.
Em um trecho da entrevista ele diz:
Vinícius Souto – O senhor acompanha o governo Lula?

MARTINHO DA VILA: "O Lula é um governo que vai ficar para a história, porque o brasileiro fez uma revolução pelo voto. Botou um trabalhador no governo, com tendência esquerdista.
Todos achavam que seria uma confusão e não é.
Falavam que era um analfabeto, o Lula tem pouca escolaridade, mas é mais culto que nós todos aqui.Dispõe de uma cultura política que não é mole não, muitos anos de campanha, de vivência.Às vezes fala de mercado internacional sem pegar papel, fala do problema do Japão, da Índia, tem muita informação.
O que é cultura? Cultura é muita informação, não escolaridade.Um cara que é um médico famoso, é sumidade naquilo, no geral fica fora.
Há outros fatos, o Lula priorizou nesse período a diminuição da pobreza, a classe média sofreu um pouco mais.
Outra coisa, por exemplo, é a primeira vez que tivemos ministros negros, mulheres mandando: Benedita, Matilde Ribeiro, Gilberto Gil, Orlando Silva dos esportes, Marina Silva, o ministro do Supremo etc.
Nunca houve na história do Brasil, é um espelho, isso é importante.
Antigamente, quando se tinha um filho, falava-se “esse aqui pode ser qualquer coisa”, mas nunca podia imaginar que poderia ser presidente da República.Qualquer trabalhador pode sonhar hoje. "

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

40 anos da morte de Che Guevara

Há 40 anos, no dia 9 de outubro, morria o comandante Che Guevara. Tombou no seu posto de combate pela libertação econômica, política e social da América Latina.