segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O Brasil se converteu em potência


Foto ilustrativa da matéria do Jornal
La Nación


Reportagem diz que o Brasil "é o país da América Latina que mais recebeu investimentos estrangeiros no ano passado, suas reservas crescem, bate recordes em exportações, baixa o risco país, será a sede da Copa de 2014, e, se faltava algo, acaba de descobrir uma megarreserva de ouro negro".

E continua o La Nación:

O Brasil é a décima economia mundial.
Eles( Brasil) têm mais de 200 milhões de cabeças de gado, enquanto nós ainda estamos ancorados nos anos 60 milhões de anos 70.

Hoje, 40% do mercado de carne em todo o mundo é gerido por empresas brasileiras.

Foi o oitavo mercado bolsista mundial, em volume, o que nos últimos 5 anos cresceu 1600% no primeiro semestre de 2007 atingiu 10% das partes globalmente.
Suas exportações elevaram - se a 137000 milhões de dólares, mais do dobro do que há quatro anos.

Na década de 40, todo o PIB da América Latina combinados, incluindo a do Brasil, foi o mesmo que na Argentina, o Brasil hoje é quatro vezes maior do que a nossa.

Quando vamos ler notícia como essa na imprensa Brasileira? Enquanto esperamos por esse dia, você pode ler o texto completo do Jornal La Nación aqui

domingo, 18 de novembro de 2007

Por que Hugo Chávez incomoda tanto as elites?*

As transformações sociais em curso na América Latina, especialmente na Venezuela, estão incomodando os diversos grupos que sempre tiveram privilégios insustentáveis. São os mesmos que se apropriam das riquezas naturais e impõem à população um modelo de "desenvolvimento" que degrada de forma irreversível o meio ambiente e provoca o esgarçamento do tecido social, fazendo da sociedade palco de violência sem precedentes.

O medo destes grupos se agrava com a possibilidade concreta de a Venezuela passar a integrar o Mercosul. Por isso, fomenta-se no Brasil um processo de satanização de Hugo Chávez e da Revolução bolivariana. A mídia, o quarto poder, através da Revista Veja, da TV Globo e Cia, procura, de forma orquestrada, macular o processo de libertação ora em curso na Venezuela e na Bolívia. Tenta impedir a construção de uma outra forma de organização política fora da "democracia" liberal hegemônica, esta que pretende ser a vitória do capitalismo sobre o socialismo real, pós-esfacelamento do leste europeu e que teve a pretensão de determinar o "fim da história".

Estivemos em Caracas, na Venezuela, durante dez dias, no 6o Fórum Social Mundial. Mantemos comunicação com várias pessoas amigas de lá. Diante da enxurrada de calúnia que a mídia propala impiedosamente contra Hugo Chávez, cabe recordar várias coisas que estão acontecendo na Venezuela.

Um grande mutirão pela educação acabou com o analfabetismo naquele país. O povo controla e comercializa o petróleo, grande riqueza natural que agora serve para melhorar a vida das pessoas e não mais aumentar o lucro das multinacionais. O povo venezuelano está cheio de esperança. Uma juventude, em sua maioria esclarecida, está comprometida com a organização popular, com a construção de uma democracia verdadeiramente participativa.

As críticas internas a Hugo Chávez vêm dos canais de TV que estão nas mãos das elites e da minoria privilegiada. A população pobre é beneficiada com preços de 30 a 50% mais baixos do que nos mercados privados nos milhares de Mercados Populares - MERCAL - que alimentam a maioria da população.
Os estudantes que lideram os movimentos por "liberdade" são os de classe média alta, defensores dos ideais de liberdade como privilégio para poucos, mesmo quando o sistema que mantém essa chamada "liberdade" condena à miséria e à exclusão a maioria da população.

Na Venezuela bolivariana, todos os estudantes que cursam universidades públicas, ou que ganham bolsas de estudos, diferentemente do que acontece no Brasil, prestam serviço social à comunidade. Dão uma contrapartida para a sociedade em vista dos recursos públicos que recebem para estudar. Só na Universidade Bolivariana mais de 500 mil jovens pobres estão estudando.

O governo de Hugo Chávez apóia a instalação, regulamentação e funcionamento de rádios comunitárias. Não há burocracia para conseguir a documentação e o governo ajuda financeiramente na compra dos equipamentos para se fortalecer a comunicação alternativa e mais interativa. Assim, não procedem as alegações de que não há liberdade de imprensa na Venezuela. O governo venezuelano não tem o monopólio da informação.
Contrariamente investe contra o monopólio dos meios de comunicação, como o que ocorre hoje no Brasil, onde poucas famílias controlam o sistema de informação de massa.

Na Venezuela, atualmente, existem mais de 20 mil médicos cubanos, que, com apenas uma ajuda de custo cerca um salário-mínimo, estão alavancando uma revolução no sistema público de saúde. São responsáveis pelo atendimento primário da população, algo parecido com o médico de família. Estão nas favelas e bairros pobres; lá vivem e atendem, com competência e dedicação, os pobres. "Por mais de 50 anos os médicos venezuelanos recém formados se recusaram a ir para o interior, para os bairros, para a periferia. Só queriam ficar na capital, ganhar dinheiro às custas da dor. Agora, com Chávez, eles tiveram sua chance de ajudar o povo. Não quiseram. Então foi preciso apelar para a solidariedade. Vieram os médicos de Cuba e estamos tendo acesso à saúde nos lugares mais distantes e pobres", informa um jovem da periferia de Caracas.

Yojin Ramones, um venezuelano que vive no Brasil, referenda nossa percepção, revelando que na Venezuela há uma recuperação acelerada da atividade econômica, melhorando o poder aquisitivo de todos. Isso mesmo, de todos - os venezuelanos, ricos e pobres (antes eram apenas os ricos). O país tem anualmente o crescimento do PIB (Produto Interno bruto) mais elevado da América Latina, cerca de 10% nos últimos anos. Lá são convocados referendos sobre os temas mais importantes do país, de modo que o povo opine e escolha o que quiser. Os abusos dos bancos foram freados pelo governo. Por exemplo, a taxa de juro anual de um cartão de crédito é de 28% a.a. Aqui no Brasil é acima de 120% a.a.

Não há país da América latina que tenha feito tantas obras - como metrôs, pontes, teleférico, aeroportos - em apenas oito anos. Os serviços de saúde devolveram a vista a milhares de pessoas carentes de recursos, não só venezuelanos, mas latino-americanos. Pela primeira vez, muitos bairros pobres têm um médico para dar atenção às pessoas. A integração da América do Sul é prioridade para o fortalecimento de nossas raízes e forças latino-americanas.

Quanto à democracia é importante lembrar que o Hugo Chávez, assim como os partidos políticos que o apóiam, venceu todas as eleições que foram supervisionadas por organismos internacionais e políticos de todo o mundo, inclusive um ex-presidente norte-americano (JIMMY CARTER). Todos atestaram a lisura dos pleitos.

Importante acrescentar que as eleições ocorreram com a grande maioria dos meios de comunicação (jornais, rádios e TV) em franca campanha de difamação contra o governo de Hugo Chávez. Em qualquer parte do mundo, os responsáveis pelas emissoras de rádio e TV, teriam sua concessão cassada, e em alguns países seriam processados por calúnia e difamação, como, por exemplo, nos EUA e na França.

A reforma da Constituição, ora em curso, faz parte de um processo de mudança estrutural radical, que pode transformar a Venezuela em uma sociedade sem miséria, sem exploração e sem exploração, fundada na solidariedade e não na competição, no egoísmo e na ganância.

Para além dos mecanismos de democracia representativa, o povo da Venezuela tem mostrado uma grande capacidade de mobilização e participação, construindo uma democracia participativa que legitima as transformações em curso.

Nós devemos ficar sempre atentos para que o caminho democrático participativo construído na América latina hoje não seja desviado por projetos pessoais. Toda mudança só é legitima se construída democraticamente pelo povo.

Nesta esteira é que temos de defender aguerridamente os povos e os projetos transformadores de Cuba, Venezuela, Bolívia e Equador. Primeiro, porque sãos povos que estão em processo de libertação, lutam com destemor contra o imperialismo e a opressão capitalista neoliberal. Segundo, porque se estes países forem sufocados, teremos que viver mais tempo com os valores da indiferença pelo ser humano que hoje domina as sociedades e ameaça o planeta.

Belo Horizonte, 14/11/2007.

Adital -
*Por:- Frei Gilvander Luís Moreira, mestre em Exegese Bíblica e assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina, e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br- Delze dos Santos Laureano, professora de Direito Constitucional e Direito Agrário, membro da RENAP - Rede Nacional de Advogados Populares, e-mail: delzesantos@hotmail.com - Dr. José Luiz Quadros de Magalhães, professor de Direito Constitucional da UFMG,e-mail: ceede@uol.com.br

Frei Pilato Pereira: "Chaves, não se cale!"

A simbólica frase do rei da Espanha dirigida a Hugo Chávez, é para todos os povos da América Latina. Nossos opressores não perderam a arrogância, não reconhecem plenamente nossa liberdade e soberania. Ainda guardam, em seu ímpeto, o desejo de nos governar. Por isso, é bom que Chávez não se cale.

por Frei Pilato Pereira*

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, não apenas por ideologia, mas também pelo estilo de ser, agrada alguns e desagrada a outros. Até mesmo quem comunga com seus ideais pode não gostar de seu modo falador, por exemplo, que o coloca sempre em evidência. Mas, muitos gostam de seu estilo falante, às vezes debochado. Outros, porém, apreciam apenas de seus ideais e existe também quem o repudia por completo. Falar exageradamente muito, é uma característica do Presidente Chávez, é seu jeito de ser.

E quem fala muito, mesmo que sejam palavras sérias e importantes, pode provocar desconforto e chatice. Enfim esta é uma questão pessoal do Hugo Chávez, ele gosta de falar e não perde tempo. Mas não foi por isso que o Rei da Espanha, Juan Carlos, o mandou calar a boca durante a última reunião da Cúpula Ibero-Americana, em Santiago do Chile, quando fazia algumas críticas ao ex-primeiro-ministro espanhol. Por traz do fato ocorrido existe algo mais. Ora, o rei da Espanha mandar calar a boca de um presidente eleito pelo povo de um país que foi sua colônia, mas que conquistou a liberdade e que agora é uma nação livre e soberana. O que significa isso?

Quase todo este vasto continente era colônia da Espanha e tudo estaria sob o jugo do rei espanhol. Em tempos idos, ele poderia mandar calar boca de quem quer que fosse. Mas agora, as coisas mudaram. O rei só tem prestígio, mas pensa que tem poder absoluto. O rei da Espanha ainda não aprendeu a se comportar de acordo com os acontecimentos da história. Ele não é mais o imperador da América Latina. Não há mais colônia espanhola por essas bandas. Ora o rei esqueceu que deste povo latino americano nasceram José Martí, Simon Bolívar, Che Guevara e outros compatriotas da Pátria Grande que encorajaram o povo a querer e lutar pela liberdade e não aceitar mais a opressão.

As terras de muitos povos indígenas aqui existentes foram invadidas por opressores europeus que foram terrivelmente cruéis, assassinos e não tiveram piedade de nada nem de ninguém. Dizimaram povos e soterram cidades, empreendimentos e organizações. Mas, desta terra latino-americana brotaram vozes de vida e liberdade que vem mudando os rumos da nossa história. Passaram 500 anos de "cale a boca". Mas tem gente que não aceita isto. O fato do rei da Espanha mandar que se cale a boca de Hugo Chávez, presidente eleito democraticamente pelo povo da Venezuela, deve ser bem refletido por todos nós, latino-americanos.

Este episódio demonstra que eles ainda têm vontade de nos mandar calar a boca. Vamos ficar atentos. Dizem que o rei é uma figura simbólica, pois o poder político pertence ao primeiro-ministro. Pode também ser simbólica a palavra do rei. Tal simbologia representa a gana de nos calar. A simbólica frase do rei da Espanha dirigida a Hugo Chávez, é para todos os povos da América Latina. Nossos opressores não perderam a arrogância, não reconhecem plenamente nossa liberdade e soberania. Ainda guardam, em seu ímpeto, o desejo de nos governar. Por isso, é bom que Chávez não se cale. Ou o rei da Espanha e outros vão ter que ouvir os gritos das pedras.

Frei Pilato Pereira é frade capuchinho.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

IPCC alerta sobre os impactos da mudança climática

Saiu, finalmente, o último relatório de mudanças climáticas do IPCC. Veja o resumo, na matéria da France Press, reproduzida no Correio Braziliense:

IPCC alerta sobre os impactos irreversíveis da mudança climática

As conseqüências da mudança climática poderão ser irreversíveis, advertem os especialistas do IPCC que divulgaram nesta sexta-feira, em Valência, o resumo de um informe destinado aos dirigentes do planeta.

"A mudança climática antrópica (causada pelo homem) e suas conseqüências podem ser repentinas e irreversíveis", afirma o texto feito pelos delegados do Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática (IPCC, por suas siglas em inglês) "para os que decidem". O resumo do relatório foi adotado na manhã desta sexta-feira em Valência depois de uma noite de discussões.

- A mudança do clima é inequívoca e as emissões de gases de efeito estufa, provocadas pelas atividades humanas (principalmente gás, carvão, petróleo) são responsáveis (90% de certeza) pelo aumento das temperaturas nos últimos cem anos (+0,74°C).

- A temperatura mundial deve aumentar entre 1,1 e 6,4°C em relação a 1980-1999 até 2100, com um valor médio mais seguramente compreendido entre 1,8 e 4°C. O aquecimento será mais importante nos continentes e nas latitudes mais elevadas.

- O aumento da temperatura foi duas vezes mais importante no Polo Norte do que na média mundial nos últimos 100 anos, provocando o derretimento acelerado da camada de gelo.

- O nível dos oceanos poderá, segundo as previsões, subir de 0,18 m a 0,59 m no final do século em relação ao período 1980-1999.

- Os calores extremos, ondas de calor e fortes chuvas continuarão sendo mais freqüentes e os ciclones tropicais, tufões e furacões, mais intensos.

- As chuvas serão mais intensas nas latitudes mais elevadas, mas diminuirão na maioria das regiões emersas subtropicais.

PRINCIPAIS IMPACTOS:

- Inúmeros sistemas naturais já estão afetados e os mais ameaçados são a tunda, as florestas setentrionais, as montanhas, os ecossistemas mediterrâneos e as regiões costeiras.

- Até 2050, a disponibilidade de água deve aumentar nas latitudes elevadas e em certas regiões tropicais úmidas, mas a seque deve se intensificar nas regiões já afetadas.

- 20 a 30% das espécies vegetais e animais estarão ameaçadas de extinção se a temperatura mundial aumentar de 1,5 a 2,5°C em relação a 1990.

- A produção agrícola deve aumentar levemente nas regiões de médias e altas latitudes (frias) se o aumento da temperatura se limitar a menos de 3°C, mas poderá diminuir se ultrapassar esse limite. Nas regiões secas e tropicais diminuirão tão logo ocorra um aumento local das temperaturas de 1 a 2°C.

- Milhões de pessoas se verão afetadas pela má nutrição, as enfermidades ligadas às ondas de calor, as inundações, as secas, as tempestades e os incêndios.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Venezuela: A hora de cada um

Quem conhece a Venezuela, sabe ser impossível que a desarticulada oposição reúna manifestações maiores que as do governo. Os morros que circundam Caracas, por exemplo, são quase que cem por cento chavistas. Eles abrigam uns 80% da população caraquenha. Quem tiver alguma dúvida, pergunte a quem mora na capital Venezuelana - e que diga a verdade, claro, porque, se perguntar a um anti-Chavista hidrófobo, ele dirá que 110% dos caraquenhos são contrários a Chávez.

A manipulação da mídia em torno da situação política na Venezuela já se tornou caso de polícia. Como é que pode, num país supostamente democrático, os meios de comunicação mentirem tanto?

Quem se informa por veículos como Globo, Folha etc, está sendo lesado. Estão vendendo a essas pessoas a idéia de que a sociedade venezuelana vive sob uma ditadura. Reproduzem as manifestações minguadas da oposição inflando-as através da manipulação de fatos e fotos.

O Luiz Carlos Azenha ( viomundo.globo.com ) vem produzindo matérias fantásticas sobre a Venezuela; vejam, abaixo, as fotos das manifestações pró e contra Chávez que ele publicou em seu site

Pró-Chávez

Contra Chávez

A pior mentira, é a seguinte: falam que a Venezuela é "ditadura", mas o que querem, os manifestantes da oposição, é impedir que o povo venezuelano vote se aceita ou não a nova constituição. Falam de democracia, mas querem impedir que ela funcione. O argumento? O de sempre, claro: "o povo não sabe votar".

Outra grave mentira da mídia, é a seguinte: estão dizendo que Chávez mandou disparar contra os manifestantes da oposição. Fizeram a mesma coisa em 2002, pouco antes do golpe de Estado que tirou o presidente do poder por dois dias.

Em 2002, as tevês brasileiras fartaram-se de reproduzir um vídeo em que militantes chavistas disparavam por cima de uma mureta. Como houve mortos no enfrentamento entre governo e oposição, as hostes oposicionistas marcharam para o Palácio presidencial de Miraflores acusando Chávez de ter mandado franco-atiradores matarem opositores nas ruas.

Quem viu o documentário "The Revolution will not be televised" (A Revolução não será televisionada), viu que o chavista que aparecia atirando estava reagindo contra tiros vindos não se sabe de onde. Quando a câmera mira na direção em que os chavistas atiravam, vê-se que não havia gente naquela direção, porque quem atirava nos chavistas estava escondido.

É impressionante como agora tentam fazer a mesma coisa. Usam uma fórmula que já não funcionou. Só que essa fórmula de acusar Chávez de mandar seus partidários atirarem contra o povo, foi o que provocou a tentativa de golpe de Estado de 2002. Para mim, sonham criar clima para outro golpe que possa dar certo...

sábado, 10 de novembro de 2007

Petrobras é a 5ª entre maiores empresas do continente



A forte alta registrada pelas ações da Petrobras na quinta-feira (8), após o anúncio da descoberta de uma gigantesca reserva de petróleo e gás, elevou a companhia à condição de quinta maior em valor de mercado entre as empresas de capital aberto de toda a América e à primeira da América Latina.


Segundo cálculos divulgados nesta sexta-feira (9) pela empresa de consultoria Economática, o valor de mercado da Petrobras no fechamento da quinta (8) chegou a US$ 221,9 bilhões, fazendo com que a empresa saltasse do nono para o quinto lugar entre as empresas mais valiosas da América.

A estrela de Estela cresce


Revista Época


As rugas de Dilma Rousseff são aquele algo a mais que transmite credibilidade. Mesmo aquelas verticais, entre as sobrancelhas, franzidas quando a ministra anunciou o novo megacampo de petróleo. Em vez de Botox, muita expressão. Em vez de retórica inflamada, um discurso técnico, com o carisma de quem conhece o tema e a causa. Foi Dilma, com seu tailleur lilás, o penteado sóbrio de sempre, os óculos sem aro e um par de brincos discretos, a escolhida pelo presidente Lula para dar as boas-novas. Não foi o ministro de Minas e Energia. Nem o presidente da Petrobras. É só ver e ouvir Dilma na televisão para entender o acerto da escolha de Lula.


A esta altura, não importa por que a ministra-chefe da Casa Civil está sendo empurrada pelo presidente para os holofotes. A explicação mais óbvia é que Lula deseja lançá-la como sua candidata à sucessão. Seria Lula o arauto do Tupi. Mas o presidente ergueu ao palco seu soldado mais eficiente. Aquele com quem mais tempo passa diariamente, entre os 37 ministros. O que trabalha 13 horas por dia. E o que fala melhor.


Dilma estudou em colégio de freiras, o Sion, e diz que se tornou “subversiva” na escola pública. Aos 19 anos, virou guerrilheira em grupos clandestinos de esquerda. Era magrinha, alta, usava jeans e camiseta branca. Um estilo meio Heloísa Helena. Rosto bonito, por trás dos óculos de lentes grossas. Dilma foi expulsa da faculdade de Economia por sua atuação política, e caiu na clandestinidade. Seu codinome mais famoso era Estela. Foi presa em janeiro de 1970, e torturada durante 22 dias com choques elétricos. Após três anos de prisão, mudou-se para Porto Alegre. Casou e teve uma filha. Entrou no PDT. Foi secretária de Energia em governo petista. Hoje, na casa oficial do Lago Sul, em Brasília, vive só com um labrador preto, o Nego. Suas paixões são ópera, tragédias gregas e cultura oriental.


É chamada de durona, mandona, chata. Obsessiva com horários e cumprimento de tarefas. No Orkut, uma comunidade a odeia, e outra a quer na Presidência. “Dilma entende pra caramba de petróleo e energia. Foi escolhida para anunciar as novas reservas porque só ela daria a densidade exata ao que está em jogo, a criação de um novo modelo de licitação, uma nova matriz”, diz um assessor do presidente Lula. “É como se a Petrobras tivesse descoberto um parque de Ferraris embaixo de um parque de Fuscas.” Era preciso um tom sem ufanismo. A fala deveria transmitir prudência, convicção e confiança. Quem melhor do que a Dilma? Com suas rugas de expressão preservadas, uma mulher competente sem rosto de plástico. Apenas o colar com pingente de borboleta traía seu costumeiro e clássico fio de pérolas.


Para a estrela de Estela continuar subindo, Dilma precisa driblar uma armadilha. Ela é gerente-geral do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Dilma e o PAC são as atuais meninas-dos-olhos de Lula. Mas, dos R$ 15,2 bilhões previstos em obras neste ano, menos de um terço foi liberado e executado. A burocracia está segurando muito dinheiro na Caixa. O PAC, por enquanto, não passa de um paquiderme.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Terceiro mandato de Lula seria contraditório com seu projeto

Mino Carta escreve:

Alguns companheiros de navegação gostariam que me manifestasse a respeito de iniciativas tomadas por petistas variados a favor do terceiro mandato do presidente Lula. Digo, de saída, que o Lula da minha memória, remota e recentíssima, não cogita de mais um mandato. No meu entendimento atual, Lula pretende passar à história como grande mediador entre minoria e maioria, entre ricos e pobres, entre norte e sul, em benefício da consolidação da nossa incipiente democracia. Não entro no mérito deste que seria seu projeto, mas é assim que encaro a presente atuação do presidente. Como sabemos, a conciliação, no Brasil, sempre foi a das elites. A tradição não muda pelos caminhos da moderação, e sim por meio da pressão popular, que por ora falta. De todo modo, a busca do terceiro mandato seria contraditória demais em relação ao plano. E vou contar um episódio recente. Na festa de CartaCapital, segunda 29 passada, como de hábito me coube dar as boas-vindas aos convidados. Lula voara para Zurique e se fazia representar pelo presidente em exercício, Arlindo Chinaglia, secundado pelo ministro Franklin Martins. Ao alcance do microfone, da tribuna permito-me falar da revista, da pesquisa da InterScience destinada a premiar as empresas mais admiradas no Brasil, com leves toques sobre a situação política. Ao encerrar a fala, disse da minha convicção de que Lula fará seu sucessor em 2010, pedi aos deuses gregos que o iluminassem na hora de escolher seu candidato e, enfim, sem decliná-lo, afirmei ter um nome em mente. Quando voltei ao meu lugar, ao lado de Chinaglia, ele sussurrou: “Não seria o nome de uma senhora?” Anuí, embora sem pronunciá-lo: Dilma Roussef.
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quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Os 62% e Tropa de Elite

Se a pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas estiver correta, 62% dos usuários de drogas pertencem à classe A - renda familiar superior a 25 salários mínimos/mês (9,5 mil reais) - e 85% são de cor branca.

Intitulado "Estado da Juventude, Drogas, Prisões e Acidentes", a pesquisa foi feita com base em um estudo do IBGE, de 2003, e revelou ainda que o consumo de drogas atinge principalmente os jovens: 50,7% dos consumidores declarados de drogas no Brasil têm idade entre 20 e 29 anos.

Se assim for, Padilha está correto. O filme por ele dirigido, Tropa de Elite, foca a questão da violência sob o ângulo policial e levanta a parcela de culpa do usuário de drogas, no complexo mundo do tráfico. No filme, quem aparece como os grandes usuários são as classes média e alta do Rio de Janeiro.

Padilha fez um golaço: levantou a polêmica, ampliou o debate e fez as classes média e alta saírem mais preocupadas do cinema. A pesquisa da FGV só veio reforçar a visão do filme. Os usuários, em sua maioria, são ricos, brancos e jovens. Uma boa parte está na universidade: 30 por cento dos consumidores.
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ONU aprova resolução contra bloqueio de Cuba

A Assembléia Geral da ONU aprovou, ontem, quase por unanimidade, uma resolução...
A Assembléia Geral da ONU aprovou, ontem, quase por unanimidade, uma resolução que condena o bloqueio econômico dos Estados Unidos contra Cuba que já dura 45 anos. A resolução, intitulada “Necessidade de por fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos contra Cuba”, foi aprovada por 184 votos a favor e quatro contra (dos EUA, Israel, Ilhas Mar-shall e Palau, na Oceania). A Micronésia se absteve.

Esta é a décima sexta vez consecutiva que a Assembléia Geral da ONU condena o criminoso bloqueio dos Estados Unidos a Cuba e foi a maior votação contra o bloqueio desde 1992. www.zedirceu.com.br