sábado, 10 de novembro de 2007

Petrobras é a 5ª entre maiores empresas do continente



A forte alta registrada pelas ações da Petrobras na quinta-feira (8), após o anúncio da descoberta de uma gigantesca reserva de petróleo e gás, elevou a companhia à condição de quinta maior em valor de mercado entre as empresas de capital aberto de toda a América e à primeira da América Latina.


Segundo cálculos divulgados nesta sexta-feira (9) pela empresa de consultoria Economática, o valor de mercado da Petrobras no fechamento da quinta (8) chegou a US$ 221,9 bilhões, fazendo com que a empresa saltasse do nono para o quinto lugar entre as empresas mais valiosas da América.

A estrela de Estela cresce


Revista Época


As rugas de Dilma Rousseff são aquele algo a mais que transmite credibilidade. Mesmo aquelas verticais, entre as sobrancelhas, franzidas quando a ministra anunciou o novo megacampo de petróleo. Em vez de Botox, muita expressão. Em vez de retórica inflamada, um discurso técnico, com o carisma de quem conhece o tema e a causa. Foi Dilma, com seu tailleur lilás, o penteado sóbrio de sempre, os óculos sem aro e um par de brincos discretos, a escolhida pelo presidente Lula para dar as boas-novas. Não foi o ministro de Minas e Energia. Nem o presidente da Petrobras. É só ver e ouvir Dilma na televisão para entender o acerto da escolha de Lula.


A esta altura, não importa por que a ministra-chefe da Casa Civil está sendo empurrada pelo presidente para os holofotes. A explicação mais óbvia é que Lula deseja lançá-la como sua candidata à sucessão. Seria Lula o arauto do Tupi. Mas o presidente ergueu ao palco seu soldado mais eficiente. Aquele com quem mais tempo passa diariamente, entre os 37 ministros. O que trabalha 13 horas por dia. E o que fala melhor.


Dilma estudou em colégio de freiras, o Sion, e diz que se tornou “subversiva” na escola pública. Aos 19 anos, virou guerrilheira em grupos clandestinos de esquerda. Era magrinha, alta, usava jeans e camiseta branca. Um estilo meio Heloísa Helena. Rosto bonito, por trás dos óculos de lentes grossas. Dilma foi expulsa da faculdade de Economia por sua atuação política, e caiu na clandestinidade. Seu codinome mais famoso era Estela. Foi presa em janeiro de 1970, e torturada durante 22 dias com choques elétricos. Após três anos de prisão, mudou-se para Porto Alegre. Casou e teve uma filha. Entrou no PDT. Foi secretária de Energia em governo petista. Hoje, na casa oficial do Lago Sul, em Brasília, vive só com um labrador preto, o Nego. Suas paixões são ópera, tragédias gregas e cultura oriental.


É chamada de durona, mandona, chata. Obsessiva com horários e cumprimento de tarefas. No Orkut, uma comunidade a odeia, e outra a quer na Presidência. “Dilma entende pra caramba de petróleo e energia. Foi escolhida para anunciar as novas reservas porque só ela daria a densidade exata ao que está em jogo, a criação de um novo modelo de licitação, uma nova matriz”, diz um assessor do presidente Lula. “É como se a Petrobras tivesse descoberto um parque de Ferraris embaixo de um parque de Fuscas.” Era preciso um tom sem ufanismo. A fala deveria transmitir prudência, convicção e confiança. Quem melhor do que a Dilma? Com suas rugas de expressão preservadas, uma mulher competente sem rosto de plástico. Apenas o colar com pingente de borboleta traía seu costumeiro e clássico fio de pérolas.


Para a estrela de Estela continuar subindo, Dilma precisa driblar uma armadilha. Ela é gerente-geral do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Dilma e o PAC são as atuais meninas-dos-olhos de Lula. Mas, dos R$ 15,2 bilhões previstos em obras neste ano, menos de um terço foi liberado e executado. A burocracia está segurando muito dinheiro na Caixa. O PAC, por enquanto, não passa de um paquiderme.