sábado, 28 de julho de 2007

A Marcha

Estamos às vésperas do retorno da Marcha da Família, com Deus e pela Liberdade. Agora passa a se chamar Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros. Trata-se de uma fórmula mais elaborada, mais complexa, mas os objetivos são os mesmos.

O movimento foi lançado pela OAB de São Paulo, e conta com o respaldo de figuras importantes da Fiesp e da Associação Comercial paulista, e com a divulgação de televisões e rádios, por ora não melhor especificadas.

A idéia inicial faísca no escritório de João Dória Jr., o Iconoclasta Mor, aquele que destruiu a pauladas o monumento dedicado a Cláudio Abramo, o grande jornalista, em uma pracinha do Jardim Europa. Ali desceu o Espírito Santo, e iluminou os primeiros carbonários da grana, unidos em torno do slogan: Cansei.

Uma campanha publicitária, oferecida de graça por Nizan Guanaes, gênio da propaganda nativa de inolvidável extração tucana, mais badalado entre nós do que George Clooney no resto do mundo, insistirá em peças destinadas a expor o pensamento dos graúdos envolvidos: “cansei do caos aéreo”, “cansei de bala perdida”, “cansei de pagar tantos impostos”.

É do conhecimento até do mundo mineral a quem esses valentes senhores atribuem a culpa por os males que denunciam: nem é ao governo como um todo, e sim ao Lula, invasor bárbaro de uma área reservada aos doutores. Mas o presidente da OAB paulista, certo D’Urso, diz que o movimento não tem conotação política.

Enquanto isso, às sorrelfas, o pessoal pede instruções aos mestres. Alguns ligam para Fernando Henrique Cardoso, outros para José Serra. São os derradeiros retoques da tucanização da elite brasileira, a mesma que sentou-se em cima de um tesouro chamado Brasil e só cuidou de predá-lo, com os resultados conhecidos.

Incompetência generalizada, recorde mundial em má distribuição de renda, baixo crescimento, educação e saúde descuradas até o limite do crime, miséria da maioria etc. etc. Acorda Lula, chama o teu povo. blogdomino.blig.ig.com.br/

Nota:

A Marcha da Família com Deus pela Liberdade foi o nome comum de uma série de manifestações públicas organizadas em resposta ao comício realizado no Rio de Janeiro em 13 de março de 1964, durante o qual o presidente João Goulart anunciou seu programa de reformas de base (reforma agrária, educacional, fiscal, administrativa, bancária e urbana -, sem as quais, julgava, o Brasil não poderia romper a barreira do atraso e da miséria). O movimento congregou segmentos da classe média conservadora defendendo os interesses dos latifundiários, banqueiros e industriais favoráveis à deposição do presidente da República e ao golpe militar.

A elite está cansada!

Jussara Seixas

A elite sofreu um duro golpe no governo Lula. Eu explico. Antes eram privilégios da elite, das classes AB, o carro próprio, a viagem de avião, a universidade particular, o restaurante, as viagens nos fins semanas e feriados, os quartos de hotéis, os shoppings.
Agora, após 4,5 anos de governo Lula, tudo isso deixou de ser privilégio.
A geração de empregos, a estabilidade econômica, o controle da inflação, o aumento da renda e a facilitação do crédito permitem que os brasileiros das classes CDE também usufruam dessas benesses.
A elite foi obrigada a dividir seu bembom com outras classes, e isso está incomodando muito, porque essa gentinha AB é altamente preconceituosa. Os shoppings e supermercados sempre cheios, os aeroportos e rodoviárias lotados de passageiros, o trânsito cada dia pior com tantos carros nas ruas: a elite está inconformada, cansou.
Um fulano que se diz representante da elite, chamado João Dória Jr., que no ano passado promoveu almoços para arrecadar recursos para a campanha do tucano Geraldo Alckmin à presidência, diz que está cansado. Tão cansado que vai lançar uma campanha, "cansei", juntamente com a OAB, Fiesp e outras tralhas do gênero.
Conhecido por reunir convidados famosos em festas e eventos, o dondoca João faz questão de manter seu visual tão impecável quanto suas duas mansões, uma nos Jardins e outra em Campos do Jordão. Só usa camisas feitas sob medida (com colarinho italiano e monograma) e ternos Ermenegildo Zegna. Generoso, o dondoca João não economiza gorjetas quando um serviço lhe agrada. No Rancho Doria, sua mansão em Campos do Jordão, ao voltar de um passeio a pé, os hóspedes têm seus tênis limpos por um empregado antes de entrar na sala: o dondoca João é muito chic. Além de ser um empresário muito bem sucedido, o dondoca João já foi secretário do turismo da prefeitura no primeiro governo Covas (83-86) e presidente da Embratur no governo Sarney (86-88). Teria sido ministro do Alckmin.
O dondoca João está cansado de ficar longe do poder, odeia o presidente Lula, cansou desse governo que faz de tudo para melhorar a vida dos menos favorecidos e dos pobres. (brasilmostraatuacara.blogspot.com/)

Falha humana

Ainda que o acidente com o vôo 3054 da TAM só tenha ocorrido devido a uma série de fatores, uma falha humana está na origem da tragédia, como informa reportagem desta semana da revista Veja. De acordo com a revista, o comandante Kleyber Lima, que pilotava a aeronave no momento do acidente, havia deixado o manete (equipamento que controla a aceleração da turbinas) em posição incorreta na hora do pouso.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Carta aberta a Lula

Publico, abaixo, carta que tenho a pretensão de que chegue ao presidente da República. Sei que entre as centenas e centenas de leitores deste blog há muitos petistas de carteirinha. Espero que algum - ou vários - deles faça chegar este texto ao presidente.

*
Caro Lula,

não usarei mesuras para me dirigir a você porque não escrevo ao presidente da República e sim ao cidadão Luiz Inácio Lula da Silva. Sim, você está presidente, Lula, mas não nasceu presidente e não morrerá presidente, de maneira que decidi escrever àquele que em três anos e meio deixará o mais alto cargo público do país, caso não consigam abreviar seu mandato.

Não sei se você já leu alguma crônica política escrita por mim. Provavelmente leu. Escrevo há muitos anos em jornais, revistas e na internet. Mas se nunca me leu, quero relatar que venho apoiando seus projetos políticos desde 1989, apesar de nunca ter me partidarizado, de nunca ter me aproximado fisicamente de políticos de qualquer tendência.

Já comprei muita discussão acalorada para defender seus projetos políticos, Lula. Seus apoiadores na classe média, aliás, têm lutado com unhas e dentes desde a primeira vez que postulaste a Presidência da República. Debater, combater, discutir, enfrentar o verdadeiro bloqueio midiático a quem o apóia, nunca foi novidade para um eleitor de Lula, sobretudo sendo da classe média. E é por isso que lhe escrevo.

Você tem muito tempo à frente do executivo federal, Lula. Três anos e meio são uma eternidade. Entretanto, é um período de tempo muito grande para permanecer na defensiva. Você está fazendo o jogo de seus adversários. Veja o quanto o país deixou de realizar nos últimos meses. Quantas votações no Congresso, quantas medidas postergadas por conta da crise política que seus inimigos não deixam amainar. Você já perdeu sete meses.

Não adianta, Lula, você não será aceito pela elite do Leblon ou dos Jardins, e seus adversários querem que o país se lixe. Não haverá contemporização.

O problema não é só eleitoral. Tudo bem que a gritaria parta dos estratos superiores da pirâmide social e que, na hora do voto, esses setores ficarão reduzidos à sua real estatura num eleitorado de mais de cem milhões de pessoas. Contudo, a questão não é só eleitoral. Seu governo vem produzindo menos do que o necessário porque seus adversários estão "gostando do jogo".

Por mais correta que seja sua estratégia de atrair a simpatia do eleitorado no papel de vítima de uma elite cruel, preconceituosa, racista a mais não poder, a militância lulista - a organizada e a individual - precisa de ânimo, que só será produzido se você se dispuser a enfrentar a mídia.

Minha idéia é a de aumentar o volume da denúncia de que a grande mídia tornou-se braço do PSDB, do PFL, em resumo, de José Serra. Por mais que a mídia negue isso, quando essa crítica estiver sendo feita em bom volume e apontar cada ato de partidarismo de uma Globo, de uma Veja ou de uma Folha, as pessoas os notarão. Bastará dizer "veja como a mídia não noticia o buraco do Alckmin em São Paulo", que milhões de pessoas, em São Paulo e no resto do país, vão se dar conta de como aquele crime tucano vem sendo abafado. Dia desses, perguntei a um conhecido anti-Lula e tucano até a alma sobre o buraco do metrô e o sujeito perdeu o rebolado. Não sabia dizer por que o assunto desapareceu da mídia.

Você tem tantas armas à disposição, Lula, que não usá-las pode até ser muito bom como estratégia, mas está desanimando a militância. Essa militância está cansada de ser esbofeteada pela mídia e não ter como reagir, pois a mídia que esbofeteia é a mesma que censura.

Além disso, com o assunto partidarismo da grande mídia na ordem do dia, esta terá que ser mais comedida para não passar recibo. O resultado será imediato: terá que noticiar algum escândalo tucano, ainda que dos menorzinhos, para não corroborar as acusações de partidarismo. Esse contra-ataque também terá o condão de lhe dar um pouco mais de folga para governar, Lula.

Se você permanecer nessa estratégia, a mídia e a oposição farão o país perder quase quatro anos. Todos serão prejudicados. Menos, é claro, a elite dasluniana dos Jardins e do Leblon.

Reaja, Lula. Você tem muito apoio para isso. Não pense só em eleições. Pense naqueles que contam com seu governo, que o elegeram por maioria tão esmagadora em outubro do ano passado. Essa maioria silenciosa anseia por defender o voto que lhe deu, mas você precisa ajudar.
Eduardo Guimarães (edu.guim.blog.uol.com.br/)

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Ana Quirot: uma declaração de amor a Cuba


Por André Cintra
A entrevista que Ana Fidelia Quirot deu ao Momento Pan, da Sportv, na última segunda-feira (23), foi um desses raros instantes em que a cobertura dos 15º Jogos Pan-Americanos pela grande mídia fugiu ao lugar-comum. Em pouco mais de dois minutos, comentando sua trajetória ímpar de superação, a ex-atleta encerrou o programa com uma defesa emocionante de Cuba e do líder Fidel Castro.

Ana Quirot: ''Fui produto da medicina cubana''

Ana Quirot estava acompanha de outras lendas cubanas do esporte que já se aposentaram — Regla Torres (vôlei), Teófilo Stevenson (boxe) e Eric Lopez (ginástica artística). A soma de seus depoimentos compõe, por assim dizer, uma resposta aos três atletas que desertaram da delegação de Cuba. A respeito disso, o próprio Fidel declarou que “não existe nenhuma justificativa para solicitar asilo político”. E acrescentou: “De antemão conhece-se seu destino final como atletas mercenários numa sociedade de consumo”.

Para Ana Quirot, o destino final foi a glória — o que se tornou ainda mais claro após uma tragédia. Em 1993, quando seu desempenho no atletismo estava no auge, a cubana foi vítima de um acidente doméstico que lhe provocou queimaduras de segundo e terceiro graus em 80% do corpo. Para piorar, ela estava grávida de 30 semanas e, numa subseqüente cesariana de emergência, a criança morreu.

Embora sua carreira já fosse dada como encerrada, a atleta teve uma recuperação espetacular. Com a obstinação pessoal e um minucioso trabalho médico em Havana, voltou a competir no mesmo ano, enquanto dava seqüência ao tratamento. “Eu fui o produto da medicina cubana, que me fez ressurgir como a ave fênix”, frisou Ana Quirot na Sportv.

“Eu tenho de dizer: obrigada à medicina cubana. Obrigada a nosso comandante (Fidel), que desde as primeiras horas de meu acidente estava na cabeceira de minha cama para me dar alento para lutar por minha vida. Obrigada ao meu povo, que me deu a força e a energia para me levantar da cama, voltar às pistas e ocupar o lugar que eu tinha anteriormente. Obrigada também às muitas pessoas do mundo, amigos do esporte, preocupados com minha recuperação, que também me motivaram que continuasse no esporte”.

Na opinião da ex-atleta, o que houve com ela “somente acontece num país como Cuba, onde a medicina é gratuita, a saúde é gratuita, a educação é gratuita — onde não se faz esporte somente pelo alto rendimento, mas esporte por saúde”. A entrevistada do Momento Pan recordou que, em seu país, a prática esportiva é incentivada em todas faixas etárias, inclusive por “pessoas da terceira idade, que fazem esporte para prolongar sua vida”.

Uma carreira de vitórias

Ana Quirot orgulha-se de carregar no sobrenome (Fidelia) uma homenagem ao líder da Revolução de 1959. Nascida em 1963, ela começou a praticar basquete na infância, por influência de uma irmã que chegou a jogar, décadas depois, com a brasileira Hortência. Ainda na base, Ana trocou as quadras pelas pistas — e daí se tornou uma das maiores meio-fundistas do atletismo.

Como integrante da seleção nacional de alto rendimento a partir de 1983, precisou de pouco tempo para se destacar. Na Copa do Mundo de 1989, em Barcelona, foi primeira colocada em duas provas — 400 e 800 metros rasos. Nesta última, correu a final em apenas 1min54s44, o terceiro melhor tempo da história da modalidade. Chamada de “Tormenta do Caribe”, ganhando medalha atrás de medalha em Grand Prix, Mundial e Olimpíada, Ana Quirot só interrompeu sua trajetória por causa do acidente de 1993.

Uma vez recuperada, voltou a brilhar, especialmente nos 800 metros. Foi por essa prova que ganhou a medalha de ouro nos Mundiais de 1995 e 1997, além de ter sido prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996. Recebeu, ainda, o título de melhor esportista da América Latina e do Caribe por quatro vezes (1989, 1991, 1995 e 1997).

A lembrança do retorno às pistas até hoje a comove, conforme revelou na entrevista à Sportv. “É algo que ficará na história como exemplo de dignidade, de vontade, de tenacidade, não somente para os jovens cubanos — mas para todas as pessoas que possam ter um tido um momento difícil, um problema como o que eu tive”.

Ao talento, ao carisma e à clareza de idéias, Ana Quirot soma uma formação cultural muito acima da média dos esportistas. “Eu digo sempre, como diz o nosso José Marti (poeta cubano): as pessoas não se medem pelas vezes que caem, mas pelas vezes que se levantam”, resume ao fim da entrevista à Sportv.

Membro do Partido Comunista e convidada de honra da delegação cubana no Pan do Rio, Ana Quirot compete eventualmente em torneios masters (para atletas aposentados). O encerramento oficial da carreira se deu em 1999, com o nascimento da primeira filha. Seu nome: Fidelia.( www.vermelho.org.br/)

terça-feira, 24 de julho de 2007

A "delegação de Fidel"

O que dizer, ajude-me caro leitor, da apresentadora global que chama Fidel de ditador e se derrete todinha por Bush?
Contextualizando: Dois atletas de Cuba sumiram da "delegação de Fidel", informa a senhorita. Não consigo imaginar ela dizendo o mesmo para outras equipes: "Larissa e Juliana, da delegação de Lula, ganharam o ouro no vôlei de praia". Ou: "Fulano de tal, da delegação de Bush, foi mandado embora porque disse que estava no Congo".

Os atletas cubanos somem e a culpa é do "ditador Fidel". Ainda não se sabe se isso foi coisa de algum dos (vários) serviços secretos que andam soltos pelo Rio de Janeiro, mas para a repórter global a culpa é do "ditador Fidel". Enquanto isso, assassinatos, estupros, torturas e saques seguem fazendo parte da rotina de agressões dos EUA no Iraque. Mas, para a apresentadora global o legal mesmo é bater em Fidel. E depois ela não entende, fica com cara de bunda, quando alguém queima uma bandeira ou explode uma embaixada dos EUA mundo afora: "Tão estranho esse sentimento anti-americano...". E ainda por cima faltou às aulas de geografia.(www.fazendomedia.com/)

segunda-feira, 23 de julho de 2007


A pressa de linchar

Quem tem um mínimo de sagacidade pôde perceber, quando o ataque fulminante da mídia ao governo Lula foi desfechado já no primeiríssimo momento pós-desastre com o avião da TAM, que a idéia era a de inundar a opinião pública com manifestações de indignação anti-Lula e acusações sobre ser ele o responsável por "mais uma tragédia aérea". Sabendo que, passado o choque, laudos começariam a ser publicados e a discussão sairia do emocional e passaria ao racional, a mídia e a oposição tucano-pefelista precisavam causar ao presidente o maior dano político no menor espaço de tempo possível. Depois, quando os fatos fossem analisados e se descobrisse causas para mais este acidente que nada teriam que ver com o governo, essas causas seriam noticiadas com pouco destaque, o que deixaria na cabeça de muita gente a primeira informação, apesar de ser falsa.

Nas próximas semanas, causas nunca abordadas para o acidente do último dia 17 em São Paulo virão à tona e poderão - eu disse "poderão" - isentar de qualquer responsabilidade as autoridades responsáveis pelo controle do tráfego aéreo e pela estrutura aeroportuária deste país, bem como o governo Lula e seu titular. Se assim for, deveremos nos lembrar do que foi feito pela mídia com o desastre do avião da Gol em outubro do ano passado. Acusaram Lula peremptoriamente em centenas de manchetes, editoriais, artigos, cartas de leitores, telejornais etc. em pleno processo eleitoral. Meses e meses depois, Lula já eleito, todos os laudos técnicos apontavam que os responsáveis pela tragédia tinham sido os pilotos americanos, pois tinham desligado sistemas de segurança do jatinho que pilotavam que teriam impedido a colisão com o Boeing da Gol.

Agora vejam bem: há meses vinha predominando intensa propaganda pela mídia culpando o governo. Assim, seria necessário muito espaço para a verdade sobre o desastre para que fosse desfeito o mal que se pretendeu.

Mas, tanto no desastre passado quanto no que acaba de ocorrer, deve-se usar critério parecido para mensurar a efetividade da estratégia midiática. O critério é o do que ocorreu, em termos de prejuízo à imagem de Lula, por conta do noticiário falsamente acusatório contra ele, de que seria responsável pelos 154 mortos no desastre com o avião da Gol. Resultado: Lula ganhou a eleição disparado mesmo estando no auge a campanha difamatória. Ou seja: a maioria absoluta da sociedade brasileira não deu a menor pelota para a teoria de que Lula seria o responsável por desgraça como aquela. Assim, mesmo sendo impossível dar a notícia verdadeira sobre a causa do desastre com o avião da TAM a cada um dos que foram desinformados pela mídia, devido ao tratamento que ela dará ao fato real, que será bem inferior ao que dera à sua versão, jamais esse objetivo será alcançado. Todavia, a experiência anterior com ataque da mídia dessa natureza mostra que sua eficácia esteve entre péssima e sofrível.

De uma forma ou de outra, seria bom que cada um fosse organizando a própria técnica de apresentação dos fatos quando a verdade surgir, a fim de fazermos nossa parte e tentarmos informar os que foram desinformados, mesmo que não tenham acreditado na desinformação de que foram alvo. Pretendo contribuir para subsidiá-los com o que deve ser contraposto às mentiras que foram alardeadas, quando os fatos se esclarecerem.( Escrito por Eduardo Guimarães) edu.guim.blog.uol.com.br/

domingo, 22 de julho de 2007

sábado, 21 de julho de 2007

1º Mandamento da TAM "Nada substitui o lucro"

Pesquisando hoje no site da TAM, quatro dias depois da tragédia no vôo 3054, que matou cerca de 200 pessoas, um link me chamou a atenção. A empresa aérea ainda mantém em seu site, no item "Os 7 mandamentos da TAM", o primeiro deles:

- Nada substitui o lucro.

É muita insensibilidade.

E a vida?

Para mim está explicado o que derrubou o Airbus da TAM. Muitos desastres ainda vão acontecer enquanto a sociedade permitir essa filosofia. E ainda falam que o mercado vai resolver.

"E a vida?
e a vida o que é diga lá, meu irmão?
ela é batida de um coração?
ela é uma doce ilusão?
mas e a vida?
ela é maravilha ou é sofrimento?
ela é alegria ou lamento?
o que é, o que é, meu irmão?
... " (Gonzaguinha)



sexta-feira, 20 de julho de 2007

Dados curiosos

por Frei Betto
No Brasil, reduzir o analfabetismo entre mulheres em apenas 1 por cento equivale a evitar 415 mortes por ano. Aumentar em 1 por cento a rede de esgoto significa evitar 216 mortes/ano. Se o número de casas que recebem água tratada aumenta 1 por cento, 108 mortes são evitadas/ano. E, se o número de leitos nos hospitais aumenta 1 por cento, 27 mortes são evitadas/ano. Os dados são do estudo de Mário Mendonça e Ronaldo Motta, Saúde e Saneamento no Brasil, Ipea, 2005. Duas em cada cinco pessoas no mundo vivem com menos de 6 reais por dia. Não têm acesso ao saneamento básico 2,4 bilhões de pessoas. Metade das infecções por HIV ocorre entre jovens.

Neste ano de 2007, pela primeira vez, há mais habitantes nas zonas urbanas que nas rurais. Em 2015, teremos 22 megacidades com mais de 10 milhões de habitantes cada, das quais dezesseis em países pobres. Em 2030, 60 por cento da população viverá em centros urbanos, o que equivale a 5 bilhões de pessoas. Em 2050, o planeta terá 8,9 bilhões de habitantes (fonte: Relatório sobre a Situação da População Mundial, ONU).

Nos EUA são gastos, anualmente, cerca de 60 bilhões de dólares em produtos de beleza. Na Europa, 50 bilhões de dólares/ano no consumo de sorvetes.

Tome em mãos dez moedas. Cole uma etiqueta em cada uma, numerando-as de 1 a 10. Ponha-as no bolso. Agora tente pegar a de número 1. Você tem uma chance em dez. Tente pegar a 1 e, em seguida, a 2. Sua chance é uma em 100. Se quiser pegar a 1, a 2 e a 3, em seqüência, a chance cai para 1.000. E você tem uma chance em 10 bilhões de pegá-las todas em seqüência. Segundo Cressy Morrison, que presidiu a Academia de Ciências de Nova York, são necessárias as mesmas condições para a vida na Terra ter acontecido por acaso. Maior “milagre”, caro(a) leitor(a), é você e eu estarmos aqui.

Na vida dos políticos, os números também são intrigantes. Lula é marcado pelo 13. A mãe vendeu a terra em que morava por 13 contos de réis. A viagem de pau-de-arara de Garanhuns a São Paulo, em 1952, levou 13 dias. O número do PT é 13. Ele foi eleito presidente no 113º ano da República.

Fidel nasceu em 1926. Em 13 (metade de 26) de agosto. Tinha 26 anos quando iniciou a revolução em Cuba, com o assalto ao quartel Moncada, em Santiago de Cuba. Isso ocorreu no dia 26 de julho de 1953.

Na natureza, a decomposição do papel leva de 3 a 6 meses; dos tecidos, de 6 meses a 1 ano; dos chicletes, 5 anos; da madeira pintada, 13 anos; dos plásticos, 500 anos; do vidro, 1 milhão de anos; da borracha, tempo indeterminado.Uma tonelada de aparas pode substituir quase 4 metros cúbicos de madeira. A reciclagem evita a morte de cerca de 30 árvores.

Para fabricar 1 tonelada de papel no processo tradicional são necessários 100.000 litros de água. Se o papel é reciclado, bastam 2.000 litros.

Caro(a) leitor(a), elenquei esses dados porque talvez um deles seja do seu interesse. Se não for, azar nosso.

Frei Betto é autor de Calendário do Poder (Rocco), entre outros livros. (Caros Amigos)

Aqui procês, ó!

Ainda sobre o acidente aéreo, uma hipótese foi ventilada na imprensa venal de que um dos reversores do avião não estava funcionando direito.Ao saber da noticia, Marco Aurélio Garcia comemorou a derrota da imprensa imunda, que tenta a todo custo imputar ao governo a responsabilidade pelo acidente, com um saboroso e característico "top-top".


Os bandidos de plantão estavam filmando secretamente, como fazem os sem-caráter na surdina da noite, e publicaram o gesto no Jornal da Globo. Em seguida, entrevistaram o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que deu o tom que a Globo queria: enfatizou que o culpado era o governo. Eu também faço coro com o Marco Aurélio e com o Fradinho do saudoso Henfil: "top-top" para vocês, calhordas!

Texto e foto: Carlinhos Medeiros. Bodega Cultural

Coisa de gênio

E que tal a autorização da prefeitura de São Paulo para a instalação de um posto de gasolina na cabeceira da pista do aeroporto de Congonhas? Bin Laden não conseguiria ter uma idéia mais brilhante.
Ou a falta da ranhuras na pista é tão mais perigoso do que um DEPÓSITO DE COMBUSTÍVEIS no final dela, ou ALGUÉM ESTÁ QUERENDO ME ENGANAR!!!!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

A morte aguarda pacientemente a morte

Esta foto ganhou um prêmio. Ela retrata a fome na Somália, onde o URUBU aguarda pacientemente a morte da criança...
É uma foto triste...

O fotógrafo estava na Somália e tirou várias fotos desta criança tentando chegar ao local onde estavam distribuindo alimentos. Ao saber que ganhou o prêmio de melhor foto entrou em depressão e acabou se suicidando com um tiro na cabeça. Deixou uma carta onde dizia que não era justo ser premiado com a morte e desgraça dos outros. Tal reportagem saiu na revista Época de 2005...
(Link para a imagem e comentário:
http://www.jroliveira.com.br/site/index.php?name=News&file=article&sid=62 )



quarta-feira, 18 de julho de 2007

A tragédia anunciada e o assassino

Os abutres do Brasil estão festejando mais uma tragédia.Não existe sensibilidade na alma dessa gente, quanto pior, melhor para noticiarem suas manchetes.


"Depois desta cobertura do acidente com o avião da TAM, o que mais se pode esperar da nossa grande mídia? Na falta de informações, metem opiniões, especulações. Ninguém sabe ainda as causas do acidente, mas as mídia consultou os búzios (os especialistas de plantão) e descobriu que o avião derrapou nas obras do Lula e explodiu. A manchete poderia ser: Lula é um assassino. A mídia é golpista e sem escrúpulos.
Hoje, já andam dizendo que há indícios de que o piloto pousou além do ponto e nem sequer teria acionado os freios, já que não há marcas na pista. Fala-se, ainda, na hipótese de os freios terem falhado.
No fundo, isso tudo é especulação, e nisso a grande mídia é especialista. Informar que é bom, nada. Ninguém foi atrás de funcionários de pista do aeroporto para tentar descobrir alguma coisa. Foram logo dizendo que a culpa é do caos aéreo, da pista inacabada, etc.

Pode até ser, mas, afinal, quem fez a pista não foi o Lula, mas uma empresa privada. Ah, mas não se pode mexer com a iniciativa privada, se não, onde vão arranjar anunciantes. Quem foi atrás das pistas que levam o escândalo do Joaquim Roriz ao dono da GOL, Nenê Constantino? Quem informou que o Constantino costuma abrir e fechar empresas para não pagar impostos?

Tenho vergonha de ser jornalista."

Escrito por Dom Quixote de la Prensa. "Um jornalista que vive há mais de 17 anos dentro da fábrica de produtos de lavagem cerebral e está de saco cheio desse jornalismo picareta, que sonega e distorce informações para manipular a opinião do leitor." (antijornalismo.blogspot.com)



sábado, 14 de julho de 2007

Quem vaiou Lula?

Indícios sobre as vaias

Eduardo Guimarães
http://edu.guim.blog.uol.com.br

Aos poucos, vai ficando mais claro o por que das vaias a Lula na abertura dos Jogos Pan-Americanos. Tenho a esperança de que algum órgão de imprensa independente vá fundo nesse assunto, porque os indícios de que o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), usou dinheiro público para tentar desmoralizar Lula, são gritantes.

Há testemunhas que relatam indícios que precisam ser investigados. Não se espera que a mídia tucana (Folha, Globo, Estadão, Veja etc) se interesse pelo uso político de dinheiro de todos os brasileiros por adversários de Lula. Corrupção, para a mídia, só se a suspeita pesar sobre o presidente da República, seu partido e seus aliados.

Vamos aos indícios:

1º - A mídia está divulgando que os preços dos ingressos para a cerimônia de abertura do Pan ficaram entre R$ 20 e R$ 250. O objetivo é claro: pretende-se insinuar que os que vaiaram Lula são de todas as classes sociais. Não é bem assim. Segundo o portal Globo.com, os preços das entradas da Abertura do Pan foram de R$ 20, R$ 100, R$ 150 e R$ 250. Contudo, já no dia de abertura da venda de ingressos nas bilheterias do Maracanã, os de R$ 20 já estavam esgotados. Só havia os mais caros. Não se sabe, ainda, onde foram parar os ingressos “populares”. Mas há indícios, como vocês verão no 2º item.

2º - Estão me chegando incontáveis relatos de que o prefeito Cesar Maia (PFL) promoveu ampla distribuição dos convites mais baratos para funcionários da prefeitura do Rio, sobre os quais ele detém poder de coação. Uma boa investigação descobrirá facilmente se o povão carioca não pôde assistir a cerimônia de abertura do Pan porque os ingressos de preços populares, que custam dinheiro público, foram entregues à claque de Maia.

3º - Estou recebendo vários relatos de que no dia da cerimônia de abertura do Pan, uma expressiva quantidade de ônibus lotados de funcionários da prefeitura do Rio saíram dessa mesma prefeitura rumo ao Maracanã. Com que ingressos os servidores públicos foram ao estádio se tais ingressos estavam “esgotados”? E por que saíram DA PREFEITURA?

4º - Há, no You Tube, um vídeo que mostra que as vaias a Lula foram “ensaiadas” um dia antes da cerimônia de abertura do Pan. Luiz Carlos Azenha divulgou em seu site o link para o vídeo :
http://republicavermelha.blogspot.com/2007/07/blog-post.html

A hipótese de as vaias a Lula terem sido orquestradas, é gravíssima. Polícia Federal e Ministério Público têm obrigação de investigar. O dinheiro dos ingressos supostamente doados a funcionários da prefeitura do Rio, o custo dos ônibus que saíram da prefeitura do Rio com funcionários designados para puxar vaias contra Lula, se tudo isso se confirmar, terá havido crime. Será uso de dinheiro público para fins políticos de grupos privados.

O silêncio da mídia sobre o assunto constitui excelente indício de que essa bomba é poderosa e pode estourar. O feitiço poderá virar contra o feiticeiro. Se acontecer, será lindo.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Biblioteca Gratuita

DIVULGUEM ...

Uma bela biblioteca digital, desenvolvida em software livre

Imaginem um lugar onde você pode gratuitamente:

· Ver as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci ;

· escutar músicas em MP3 de alta qualidade;

· Ler obras de Machado de Assis;

· ou a Divina Comédia;

· ter acesso às melhores historinhas infantis e vídeos da TV ESCOLA e muito mais

Esse lugar existe!

O Ministério da Educação disponibiliza tudo isso,basta acessar o site:

http://www.dominiopublico.gov.br/

Só de literatura portuguesa são 732 obras!

Vamos divulgar.

Brasil no caminho de potência olímpica

Veja resposta do presidente Lula em entrevista hoje no globo.

De que forma o governo pretende atuar para que o Brasil se torne uma potência olímpica?

"Estamos juntando os programas que cuidam da juventude para que possamos apresentar um projeto mais abrangente e ver se é possível atender 4,5 milhões de jovens deserdados da estrutura do Estado. As escolas e universidades precisam ser dotadas de centros esportivos para que na escola a pessoa seja levada a fazer a primeira opção esportiva".

O governo brasileiro pretende consolidar uma política nacional para a juventude e o Ministério do Desenvolvimento Social divulgou ontem que prepara a extensão do Bolsa-Família para 1,6 milhões de jovens entre 15 e 17 anos.

Protesto contra a violência marca início do PAN

A data de abertura dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, 13 de julho, marcará também a realização de um ato pacífico contra a violência policial que tem afetado seriamente a população pobre da cidade. A manifestação terá início às 11 horas da manhã e será em frente à sede da Prefeitura carioca, na Avenida Presidente Vargas (Centro). Um enorme esquema de segurança, incluindo a invasão de favelas, foi montado para afastar a população mais pobre das áreas dos jogos o que tem resultado em mortes e atos de terrorismo contra a população.

O ato quer chamar atenção para o fato de que os Jogos têm servido de justificativa para ocupações militares em bairros pobres, expulsão violenta de milhares de famílias de suas casas (localizadas ao redor dos estádios e vilas olímpicas), perseguição mais intensa aos vendedores ambulantes e aos que vivem nas ruas.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Cotas na UFSC

O Conselho Universitário da UFSC decidiu, em reunião realizada na manhã desta terça-feira, reservar 20% das vagas, já a partir do próximo vestibular, para estudantes oriundos de escolas públicas e 10% para negros, também formados em colégios de caráter público.

O terrorismo do apagão

Vale a pena ler importante artigo de Ronaldo Bicalho, do Grupo de Economia da Energia do Instituto de Economia da UFRJ, enviada ao Blog de Luis Nassif.
"O anúncio da liberação do licenciamento prévio das duas usinas hidrelétrica do rio Madeira tem uma série de conseqüências relevantes que devem ser analisadas. Contudo, uma, em particular, me parece relevante, face à sua importância para o debate transparente e democrático das opções estratégicas do país no campo energético. Trata-se da maneira irresponsável, que beira a leviandade, com que é tratada a ameaça de um novo apagão no país. O dia de ontem começou com o anúncio, em um diário de grande circulação, de um apagão ameaçador, e terminou com o anúncio da liberação das usinas. Assim, os mesmos que diziam pela manhã que a vaca ia para o brejo, à noite afirmavam que agora não ia mais. E o pobre do cidadão que se vire no meio desse imbróglio.
(...) A possibilidade de ocorrência de uma situação de desequilíbrio entre oferta e demanda de eletricidade depende de um conjunto nada trivial de eventos, que vai de quanto a economia brasileira vai crescer nos próximos anos até as possibilidades reais de entrada em operação das plantas geradoras movidas a energias renováveis do PROINFA, passando pelo regime de chuvas, pela disponibilidade de gás, pelo licenciamento ambiental, etc. Para ficar apenas nos mais óbvios.
(...) O importante é discutir o que as sustenta, de forma a aclarar o debate, tornando-o mais honesto e transparente. Trocando em miúdos, são feitas previsões bombásticas pela imprensa que não se realizam, e nada é dito depois sobre as razões pelas quais elas não se realizaram. Por outro lado, configurações bastante favoráveis, que contribuem inesperadamente para evitar situações mais graves, são apresentadas como corriqueiras e naturais, de forma a sancionar determinadas políticas.
(...) O objetivo central da política energética é garantir o suprimento de energia. Para que isto seja alcançado é preciso construir um aparato institucional que possa sustentar um conjunto de ações e decisões que viabilize a sua consignação. A pergunta fundamental hoje no Brasil é: as instituições brasileiras associadas ao setor elétrico são capazes de conceber e implementar as decisões necessárias a garantir o suprimento de eletricidade nos próximos anos?
O essencial da questão aqui é que instituições fracas podem ser incapazes de lidar com um risco de déficit de 5%, ao passo que instituições fortes podem construir saídas para um déficit de 20%. Em outras palavras, um motorista ruim pode capotar a 10 km por hora, enquanto um bom motorista pode fazer uma curva a 100 km por hora.
A traumática experiência brasileira com o racionamento de 2001 gerou uma mudança institucional que buscou fortalecer a capacidade de coordenação das nossas instituições. Nesse movimento surgiram desde a obrigatoriedade da contratação centralizada da demanda das distribuidoras, via leilão, até a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), passando pela criação da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Somando-se a isso, a manutenção do Operador Nacional do Sistema (ONS), da Agência Reguladora de Energia Elétrica (ANEEL) e do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), tem-se uma configuração institucional que, a princípio, apresenta condições melhores de fazer face aos desafios da coordenação setorial do que a que estava presente no período que antecedeu a crise de 2001.
Se considerarmos que a relação com as empresas estatais envolvidas com o setor, em termos de mobilização de recursos para evitar o pior, hoje é menos contraditória do que era na década anterior, pode-se afirmar que quando se contempla a capacidade de coordenação e mobilização de ações, decisões e recursos para garantir o suprimento de energia elétrica, constata-se que o quadro atual é melhor do que já foi. No entanto, isto não significa que os problemas acabaram, mas, simplesmente, que hoje eles estão colocados em outros termos.
A clareza sobre essa transformação essencial do setor elétrico brasileiro é fundamental para se evitar dois equívocos que geram lamentáveis conseqüências. De um lado, encontram-se aqueles que pensam que nada mudou, e seguem com os mesmos diagnósticos e prescrições, baseados na certeza do fracasso; de outro, acham-se aqueles que pensam que a simples mudança já traz embutida a solução, gerando uma perigosa imobilidade, baseada na certeza do sucesso. Desse modo, chega-se a duas conclusões simplórias: faltará energia porque este Governo é ruim, ou não faltará energia porque este Governo é bom.
Nesse sentido, o dia de ontem sintetizou esses equívocos corriqueiros no trato com os desafios atuais do setor elétrico brasileiro, que, de fato, produzem mais confusão e calor, do que entendimento e, literalmente, luz.
O que importa é que, no setor elétrico, nós estamos em um jogo que está sendo jogado; se vamos ganhar ou não é cedo para dizer. O importante aqui é estar jogando; e a liberação do licenciamento significa que estamos jogando. Portanto, vamos prestar atenção no jogo e nos jogadores, e não ficar fazendo profissão de fé nesse ou naquele time. Enfim, o jogo é jogado e o lambari pescado. O resto é conversa pra boi dormir e para rolar uma especulaçãozinha básica no preço da energia elétrica, porque afinal ninguém é de ferro."

terça-feira, 10 de julho de 2007

Mídia Golpista?


Agora, muitos deram para ridicularizar a expressão “mídia golpista”. Mas esquecem que esta se trata de apenas uma figura de linguagem. E que, se tem ficado tão conhecida, é porque ela tem cumprido a sua função. Linguística. Não se trata de um conceito científico (embora poderia, sim, se transformar em objeto de análise científica), mas de uma expressão que vem se tornando muito popular.
De qualquer forma, alguns dados científicos recentes têm vindo reforçar a consistência da expressão mídia golpista. Na última pesquisa do Ibope sobre a popularidade de Lula, há a pergunta se as pessoas vêem o noticiário mais negativo ou positivo sobre o presidente. A resposta é, claro: negativo. Ao mesmo tempo, as pessoas estão mais positivas em relação ao país e ao governo. Ou seja, a mídia está se distanciando cada vez mais da opinião pública, embora ela ainda se pretenda sua portadora.

Na verdade, as pessoas pensam que, quando se acusa a mídia de golpista, está-se apenas censurando sua posição partidário-política. Não é isso. No mundo todo, jornais têm opinião e se alinham com esta ou aquela força política. O que vem acontecendo no Brasil (e creio que também deve acontecer em outros lugares, existem golpistas em toda parte) é que a mídia vem agredindo o próprio conceito de jornalismo, e exercendo uma função de elemento de forte instabilidade política. Que a mídia é anti-Lula e anti-PT a gente está careca de saber. O que realmente nos revolta é que ela vem rasgando qualquer ética jornalística na tentativa de causar prejuízo político a seus adversário. E com isso desinforma. Desestabiliza. Prejudica a democracia, a economia, a política. E, sobretudo, prejudica o próprio respeito que muita gente nutria pela imprensa. O Brasil precisa da imprensa, por isso é triste vê-la se auto-imolar nessa histeria irracional anti-petista. Como se o mundo do PSDB fosse muito melhor…

São milhares de exemplos. Todos os dias, os exemplos estão lá. Vou dar apenas um. Por ocasião da greve dos alunos da USP, alguns setores da mídia, o setor dominante, mais reacionário, posicionou-se de forma particularmente violenta contra os alunos e a favor do governo estadual, presidido por José Serra, do PSDB. Vejam só, alinhou-se contra jovens civis, estudantes, professores e funcionários, exercendo plenamente sua cidadania. No caso dos operadores de vôo que vem realizando motins sistemáticos contra a aviação aérea brasileira, não vi nenhum editorial violento contra os mesmos. Mesmo se tratando de militares. Não. Houve uma nítida tentativa de estabelecer o governo federal como único responsável. As companhias aéreas não têm culpa. Os operadores não têm culpa.

A tese sobre a mídia golpista não é um delírio. Observamos, todos os dias, na montagem das editoriais, nas fotos, nas manchetes, na linha das matérias, no curso das investigações jornalísticas, uma tentativa de manipular a consciência do cidadão no sentido que o jornal quer. Mais que isso. Observamos que o próprio jornalismo é violentado, com meias-verdades assumindo o lugar de verdades inteiras.

Temos vários exemplos disso. Aliás, eu queria muito que os jornais fossem atrás daquele caseiro, o Francenildo, para tentar provar se o dinheiro que ele recebeu era mesmo de seu padrasto…
Escrito por Miguel do Rosário. oleododiabo.blogspot.com/





Decálogo para falar mal de Hugo Chávez

Lembrete pendurado na frente de jornalistas da mídia oligárquica:

1. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele recupera o papel do Estado, desqualificado e enterrado por nós há tempos.

2. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele se diz anti-imperialista e esse é um tema proibido na mídia há tempos.

3. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele funda um novo partido, quando martelamos todos os dias que todos os partidos são iguais, que são negativos, que sempre refletem interesses de grupinhos.

4. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele recupera o papel da política, quando todo o trabalho cotidiano da mídia é para dizer que a política é irrecuperável, que só a economia vale a pena.

5. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele vende petróleo subsidiado aos países que não podem pagar o preço do mercado - inclusive a pobres dos Estados Unidos -, o que evidentemente fere as leis do mercado, pelo qual tanto zela a midia.

6. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele é um mau exemplo para os militares, que só devem intervir na política quando seja necessário um golpe militar e nunca para defender os interesses de cada nação.

7. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele ataca a mídia privada e fortalece a mídia pública. Porque ele acabou com o analfabetismo na Venezuela, tema sobre oqual devemos calar. Porque ele vai diminuir a jornada de trabalho em 2010 para 6 horas e esse tema é odiado pelos patrões.

8. Devo falar mal de Hugo Chávez porque assim me identifico com os interesses do dono do meio em que trabalho, garanto o emprego, fortaleço os partidos e as empresas aliadas do patrão.

9. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele faz com que se volte a falar do socialismo, depois que nos deu muito trabalho tratar de enterrar esse sistema, inimigo do capitalismo, a que estamos profundamente integrados.

10. Devo falar mal de Hugo Chávez (e de Evo Morales e de Lula e de todos os nao brancos), senão eles vão querer dirigir os países, os jornais, as televisões, as empresas, o mundo. Será o nosso fim. (Emir Sader) http://www.agenciacartamaior.com.br/

sábado, 7 de julho de 2007

Marcha dos estudantes em Brasília


Cerca de 8 mil estudantes com bandeiras, faixas e rostos pintados participaram de uma passeata ontem em Brasília, na Esplanada dos Ministérios. A manifestação terminou com ato político em frente ao Banco Central. Os estudantes participam do 50º Congresso da UNE - União Nacional dos Estudantes, que termina amanhã. Reivindicam mudanças na política econômica do Governo com uma agenda voltada para os interesses nacionais, com desenvolvimento, distribuição de renda e geração de empregos. Reivindicam também a abertura dos arquivos do período da ditadura militar.

Para o presidente da UNE, Gustavo Petta, as transformações que vão colocar o país nos rumos do desenvolvimento passam necessariamente por mudanças na política econômica e pela saída do ministro Henrique Meirelles. Para Gustavo Petta, “o Meirelles representa a área mais ortodoxa da economia e descomprometida com os investimentos sociais. Sua permanência significa a manutenção das altas taxas de juros, o superávit primário e a conservação das benesses aos banqueiros e patrões do capital".
Ao longo do trajeto, coreografias e a irreverência característica do movimento estudantil, marcaram a passeata.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Manchete deturpa resultado de pesquisa falando em Brasil "dividido"

Recolho, na internet, um exemplo de como não escrever um texto jornalístico.
Serve também para demonstrar como pesquisas de opinião podem ser distorcidas e usadas seletivamente, de acordo com o gosto do freguês.

Segundo o Estadão:

"Ibope: Vavá e crise aérea impedem melhor avaliação de Lula

39% consideram notícias mais desfavoráveis ao governo, ante 20% em abril

BRASÍLIA - O impacto de notícias negativas, como as denúncias contra o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a crise aérea, segurou em patamares estáveis a avaliação positiva do governo Lula, mostrou nesta sexta-feira, 6, pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com o levantamento, 39% dos entrevistados consideraram as notícias mais desfavoráveis ao governo, ante 20% em abril. Caiu de 23% para 19% a percepção de que o noticiário é mais favorável em relação ao governo. Os que consideraram as notícias neutras passaram de 40% para 29%. De acordo com a pesquisa, a principal notícia sobre o governo foi a denúncia envolvendo o irmão do presidente Lula, Genival Inácio da Silva, o Vavá, com 31% das indicações.

"O título é falso.
Não foi o que a pesquisa apurou.

A pesquisa apurou que as pessoas acham que o noticiário foi mais desfavorável ao governo nas últimas semanas.

Isso não significa que elas concordem com o noticiário.

Está claro que não mudaram de opinião por causa do noticiário.

O fato é que, apesar do noticiário desfavorável, a aprovação do governo Lula manteve-se estável.

A avaliação do governo como "ótimo/bom" aumentou de 49% para 50%.

Deram um jeito de noticiar isso com uma negação, ou seja, "poderia ser melhor".

No total, 83% consideram o governo regular, bom ou ótimo.

E a aprovação pessoal de Lula manteve-se estável, em 66%.

Eu imagino a frustração que sentem os barões da mídia brasileira.


Publicado em 6 de junho de 2007

E olhem só como o G1 noticiou a mesma pesquisa:

"DivididoPesquisa: metade dos brasileiros aprova governo Lula

Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (6) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) detectou que metade dos entrevistados considera o governo Lula "ótimo" ou "bom".

Apesar disso, a taxa segue inferior à do levantamento de dezembro, antes de ter se iniciado o segundo mandato do presidente. Naquela ocasião, 57% consideravam o governo "ótimo" ou "bom". Agora, esse percentual, é de 50%.

A taxa de junho representa leve oscilação em relação à do levantamento de abril, quando a mesma pesquisa apontou avaliação positiva de 49%.

"Em dezembro, o governo atingiu o seu patamar mais elevado de menções 'bom' e 'ótimo'. Os resultados estavam inflados pela campanha eleitoral e pelo otimismo provocado pela reeleição", informou a CNI, que encomendou a pesquisa.


"Meu comentário:

Viram só como funciona o jogo de palavras?

Se o leitor comparar o resultado da pesquisa atual com a de dezembro do ano passado, de fato o índice de "ótimo e bom" do governo caiu de 57 para 50%.

Mas em relação à pesquisa mais recente, de abril, o índice de "ótimo e bom" aumentou 1%.

E o título?

Qual é o número que pode levar à conclusão de que o Brasil está dividido?

Se 50% por cento disseram que consideram o governo "ótimo e bom", 33% por cento dizeram que o consideram "regular".

Portanto, não há divisão, porque 83% dizem que o governo é "ótimo, bom ou regular".

Só haveria divisão se 50% tivessem dito que consideram o governo ruim ou péssimo.

É ou não é manipulação de informação?


Publicado em 6 de julho de 2007 (viomundo.globo.com/site )

Desligar a mídia golpista


“TV Globo perdeu neste ano quase 30% da audiência que tinha em 2006.
No mês de junho deste ano, a emissora marcou média de 18,5 pontos (cada ponto equivale a 54 mil domicílios, ou 176 mil pessoas, na Grande São Paulo), das 7h às 0h. No mesmo período e horário do ano passado a média foi de 25,7 pontos no Ibope. De acordo com o colunista da Folha, a Copa do Mundo transmitida exclusivamente pela Globo ajudou a alavancar os números no ano passado. Ainda assim, a emissora apresenta queda de 2,6 pontos se comparar os números do mês de junho de 2005. A emissora que já foi hegemônica, hoje tem 42% de participação do "bolo" da audiência. Isso quer dizer que a maioria das pessoas não assiste apenas a Globo.
(Fonte: desabafopais)

O futuro dos biocombustíveis

Na Conferência sobre Biocombustíveis, organizada pela Comissão Européia, em Bruxelas, na Bélgica, o presidente Lula garantiu aos países europeus que a produção de etanol e biocombustíveis será feita a partir de um programa de certificação, com a garantia de respeito ao meio ambiente, direitos trabalhistas e sociais. Ou seja, que não vamos nem produzir cana de açúcar na Amazônia, nem degradar terras e o meio ambiente no país ou desrespeitar direitos sociais e trabalhistas. Lula priorizou a necessidade de se organizar um mercado internacional de biocombustíveis, mas a realidade é que a Europa tem uma tarifa altíssima para o biocombustível, de até 55%. Para o petróleo, no entanto, ela é de 5%. Portanto, depois da certificação e da organização do mercado de etanol e biocombustíveis, teremos uma longa batalha para acessar os mercados europeus.
O presidente Lula lembrou, também, que ao contrário do petróleo, praticamente todos os países podem plantar oleaginosas e produzir biocombustível. Eu acrescento que o Brasil pode, deve e será a fonte de tecnologia, capitais e equipamentos para um programa mundial de produção de etanol e biocombustível, dentro de rígidas normas ambientais e trabalhistas, e com zoneamento agrícola, evitando-se assim o encarecimento ou a escassez de alimentos no mundo, pela perda de terras hoje produtoras de alimentos para as oleaginosas ou para a cana de açúcar.
Para nós não se trata apenas de ser um exportador de açúcar, etanol e biocombustível, mas sim um exportador de capitais, tecnologia,serviços e equipamentos. Isso é que conta. Esse é o nosso futuro. (fonte: Zé Dirceu )

quinta-feira, 5 de julho de 2007

50º Congresso da UNE

Jovens de todas as regiões chegam à capital federal com histórias diferentes na bagagem. Juntos eles vão discutir e decidir os rumos da maior entidade estudantil brasileira pelos próximos anos.

A programação consta de debates, seminários, grupos de discussão e atos públicos. Personalidades políticas, artistas e intelectuais vão participar das principais atividades do encontro, que será realizado na Universidade de Brasília, de 4 a 8 de julho.
As caravanas de estudantes, vindos de todos os estados brasileiros, começaram a chegar na madruga da terça-feira. São esperados cerca de 10 mil estudantes. (Veja mais informações no www.une.org.br)